A incidência de câncer no Brasil é uma preocupação crescente. Entender os tipos mais comuns dessa doença é fundamental para orientar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento. Com base em dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), este artigo apresenta os principais tipos de câncer que afetam a população brasileira, considerando diferenças por gênero e faixa etária.
Tipos de câncer mais comuns no Brasil
Câncer de pele não melanoma
O câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 31,3% dos novos casos diagnosticados anualmente. Este tipo de câncer está associado à exposição solar sem proteção adequada, sendo mais comum em pessoas de pele clara, especialmente aquelas que têm dificuldade em se bronzear ou apresentam histórico de queimaduras solares.
- Características principais: aparece como lesões cutâneas, geralmente em áreas expostas ao sol, como rosto, pescoço e mãos.
- Prognóstico: quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele não melanoma apresenta altas taxas de cura e raramente causa metástases.
Câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum no Brasil, com uma estimativa de 74 mil novos casos por ano. É o câncer mais frequente entre as mulheres.
- Fatores de risco: idade avançada, histórico familiar, mutações genéticas (como nos genes BRCA1 e BRCA2), primeira menstruação precoce, menopausa tardia, obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de álcool.
- Importância da detecção precoce: a mamografia é o exame de rastreamento padrão, capaz de identificar lesões em estágios iniciais, aumentando consideravelmente as chances de tratamento bem-sucedido.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, com aproximadamente 72 mil novos casos estimados anualmente.
- Fatores de risco: idade (geralmente diagnosticado após os 50 anos), histórico familiar, fatores genéticos e, possivelmente, dietas ricas em gorduras.
- Sintomas iniciais: na maioria dos casos, é assintomático nos estágios iniciais. Em fases mais avançadas, pode causar dificuldade para urinar, sangue na urina e dor pélvica.
- Detecção: o rastreamento é realizado por meio do exame de toque retal e da dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue.
Outros tipos comuns da doença
Além dos já mencionados, outros tipos significativos incluem:
- Câncer colorretal: terceiro mais comum em homens e mulheres, associado a dietas pobres em fibras, obesidade e histórico familiar. A colonoscopia é essencial para a detecção precoce.
- Câncer de pulmão: fortemente relacionado ao tabagismo, é um dos cânceres mais letais, com baixa taxa de diagnóstico precoce. Sintomas incluem tosse persistente, falta de ar e perda de peso inexplicável.
- Câncer estomacal: mais prevalente em homens, associado a infecções por Helicobacter pylori, consumo excessivo de alimentos defumados e salgados, e histórico familiar.
Quais são os tipos de câncer mais comuns em adolescentes?
Nos adolescentes, os cânceres mais comuns são:
Leucemias
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é o tipo mais frequente nesse grupo etário. Seus sintomas incluem palidez, fadiga, febre persistente, hematomas e infecções recorrentes.
Tumores sólidos
- Sarcomas ósseos: como o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing, que geralmente afetam os ossos longos.
- Tumores cerebrais: incluem astrocitomas e meduloblastomas, com sintomas como dores de cabeça, vômitos e alterações neurológicas.
Quais são os tipos de câncer mais comuns em idosos?
O envelhecimento é um fator significativo no desenvolvimento de câncer, devido ao acúmulo de mutações genéticas e exposição prolongada a fatores de risco ao longo da vida. Nos idosos, os tipos mais comuns incluem:
- Câncer de próstata: prevalente em homens com mais de 65 anos.
- Câncer de mama: embora possa ocorrer em mulheres mais jovens, a maior incidência é em idosas.
- Câncer colorretal: o rastreamento regular por colonoscopia é crucial para essa faixa etária.
- Câncer de pulmão: o diagnóstico precoce é desafiador devido à natureza assintomática em estágios iniciais.
Compreender os tipos mais comuns de câncer é essencial para embasar campanhas de prevenção e direcionar recursos para o diagnóstico precoce e o tratamento. A conscientização sobre fatores de risco, como tabagismo, dieta inadequada e histórico familiar, é fundamental para reduzir a incidência da doença.
Além disso, o acesso a exames de rastreamento, como mamografia, PSA TC de tórax de baixa dosagem e colonoscopia, associado ao tratamento em centros especializados, pode melhorar significativamente as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes. A união entre políticas públicas, educação e avanços na medicina é o caminho para reduzir o impacto do câncer na sociedade brasileira.



