A quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) é uma técnica de tratamento que consiste em administrar quimioterapia diretamente na cavidade abdominal, aquecendo a solução quimioterápica a uma temperatura entre 41°C e 43°C, durante um período de 60 a 120 minutos. A HIPEC é realizada durante a cirurgia chamada de citorredução para remover o máximo possível de células tumorais intra-abdominais.
A HIPEC é indicada para alguns pacientes com câncer abdominal avançado ou recidivado, que se espalhou pelo peritônio (a membrana que reveste a cavidade abdominal e os órgãos internos). Alguns exemplos de câncer abdominal que podem ser tratados com HIPEC são: câncer colorretal, câncer de ovário, câncer de estômago, mesotelioma peritoneal, pseudomixoma peritoneal, entre outros.
A HIPEC visa aumentar a eficácia e diminuir a toxicidade da quimioterapia convencional, que é administrada por via intravenosa ou oral, para o tratamento do câncer abdominal. Os benefícios da HIPEC são:
- Maior concentração e penetração do quimioterápico no tumor: A HIPEC permite que o quimioterápico atinja uma concentração mais alta e mais uniforme, uma vez que ele é administrado diretamente na cavidade abdominal, onde o tumor está localizado. Além disso, a HIPEC permite que o quimioterápico penetre mais profundamente pois o calor aumenta a permeabilidade das células tumorais e dos vasos sanguíneos.
- Menor exposição e absorção do quimioterápico pelo organismo: A técnica reduz a exposição e a absorção do quimioterápico pelo organismo, pois ele é confinado na cavidade abdominal e depois drenado ao final do procedimento. Além disso, a HIPEC minimiza o tempo de contato do quimioterápico com o organismo, uma vez que é administrado em uma única sessão.
- Maior efeito citotóxico do quimioterápico nas células tumorais: A HIPEC aumenta o efeito citotóxico do quimioterápico nas células tumorais, pois o calor potencializa a ação do quimioterápico, causando mais danos ao DNA e induzindo à sua morte por apoptose ou necrose.
A HIPEC é uma opção terapêutica para o tratamento do câncer abdominal, que pode melhorar as chances de cura e sobrevida dos pacientes. No entanto, não é indicada para todos os casos e pode apresentar alguns riscos e efeitos colaterais, como infecção, sangramento, perfuração intestinal, lesão renal, lesão hepática, entre outros. Por isso, é importante que os pacientes com câncer abdominal sejam avaliados individualmente e orientados pelo médico oncologista sobre as melhores opções disponíveis para o seu caso.
