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Tumor desmoplásico tem cura? Entenda o tratamento

O tumor desmoplásico de pequenas células redondas (TDPCR), chamado em inglês de desmoplastic small round cell tumor (DSRCT), é um tipo raro e agressivo de sarcoma visceral que, na maioria dos casos, se desenvolve na superfície peritoneal do abdômen e da pelve. Embora o peritônio seja o local mais comum, o tumor também pode surgir ou se espalhar para o fígado, ovários, pleura e outras regiões. Geralmente, as lesões são múltiplas e tendem a se disseminar ao longo da cavidade abdominal.

Microscopicamente, o tumor é composto por pequenas células redondas envoltas por um estroma desmoplásico (tecido conjuntivo denso). A doença apresenta crescimento acelerado e frequentemente está disseminada no momento do diagnóstico, o que explica sua agressividade e o prognóstico mais reservado.

Qual é a causa do tumor desmoplásico?

A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que o TDPCR está associado a uma alteração genética muito característica: a translocação cromossômica t(11;22)(p13;q12), que resulta no gene de fusão EWSR1–WT1. Essa fusão funciona como um fator de transcrição que estimula o crescimento tumoral. Esse achado é considerado um marcador diagnóstico essencial e está presente na grande maioria dos casos.

Apesar de envolver uma mutação genética, trata-se de uma alteração adquirida ao longo da vida, não sendo um tumor hereditário.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas variam conforme a localização e o estágio da doença. Muitas vezes são inespecíficos e só aparecem quando o tumor já está mais avançado, o que pode atrasar o diagnóstico. Entre as manifestações mais comuns estão:

  • Dor abdominal;
  • Aumento do volume abdominal (distensão);
  • Sensação de massa ou nódulo no abdômen;
  • Náuseas e vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Alterações intestinais (prisão de ventre ou diarreia);
  • Aumento do fígado (hepatomegalia), quando há acometimento hepático.

É importante lembrar que esses sinais não são exclusivos desse tumor e podem ocorrer em diversas outras condições. Por isso, sintomas persistentes devem sempre ser avaliados por um médico especialista.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico costuma ser complexo devido à raridade do tumor e à falta de sintomas específicos. Para confirmar a doença, normalmente são realizados:

  • Tomografia computadorizada e ressonância magnética, para avaliar a extensão;
  • PET-CT, útil na detecção de lesões adicionais e na avaliação da resposta ao tratamento;
  • Biópsia, com análise histopatológica e imuno-histoquímica;
  • Testes de biologia molecular, para identificar a fusão EWSR1–WT1.

A união desses exames permite confirmar o diagnóstico, definir o estágio da doença e auxiliar na escolha da melhor estratégia terapêutica.

O tumor desmoplásico tem cura?

Apesar de ser um câncer agressivo e de difícil manejo, a cura é possível, embora rara. Estimativas indicam que uma pequena proporção de pacientes pode alcançar cura a longo prazo quando tratada em centros especializados, com estratégias intensivas que combinam:

  • quimioterapia em altas doses;
  • cirurgia citorredutora completa (remoção do máximo possível do tumor);
  • radioterapia abdominopélvica.

O potencial de cura depende de diversos fatores, como:

  • extensão da doença;
  • possibilidade de remover toda a doença visível na cirurgia;
  • resposta individual à quimioterapia;
  • presença ou não de metástases;
  • estado geral de saúde e idade do paciente.

De forma geral, tratamentos combinados oferecem melhores resultados do que terapias isoladas.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Como esse tumor é extremamente raro, não há um protocolo único e padronizado. No entanto, a abordagem costuma ser multimodal, envolvendo:

1. Quimioterapia sistêmica intensiva

É geralmente o primeiro passo. Utiliza esquemas potentes, semelhantes aos usados em sarcomas agressivos e tumores de pequenas células, com o objetivo de reduzir o tumor e tratar possíveis micrometástases.

2. Cirurgia citorredutora completa

Indicada quando possível, após resposta à quimioterapia. A remoção de todo o tumor visível está associada a melhores taxas de sobrevida.

3. Radioterapia abdominopélvica

Usada como terapia de consolidação após a cirurgia, com o objetivo de diminuir o risco de recidiva na cavidade abdominal.

4. HIPEC (quimioterapia intraperitoneal hipertérmica)

Realizada no intraoperatório, após a citorredução, e aplicada diretamente na cavidade abdominal aquecida. Estudos sugerem benefícios em casos selecionados.

5. Terapias alvo e imunoterapia

Ainda em fase de estudo. Pesquisas investigam alvos moleculares e possíveis benefícios de imunoterápicos, mas até o momento não há um tratamento aprovado com eficácia comprovada.

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A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.

Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.

Nosso compromisso é oferecer excelência, conforto e segurança em todas as etapas do tratamento oncológico, promovendo saúde e qualidade de vida.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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