Confira as principais dúvidas sobre como não temer a dor no trabalho de parto

O parto é um dos momentos mais esperados pelas mães e não deve ser temido. A dor é um estímulo natural e inevitável do trabalho de parto, podendo atuar até como uma sinalização para a mulher. O importante é se preparar e não se angustiar.

O preparo para o momento do parto deve ser iniciado ainda durante o pré-natal, quando a grávida pode tirar todas as suas dúvidas sobre o nascimento do bebê. É essencial escolher uma equipe médica de confiança para acompanhá-la durante todo esse processo, para que ela se sinta acolhida e consiga reconhecer que não está sozinha para tomar decisões, como a escolha do tipo de parto e o hospital.

De acordo com a Anestesista da Coordenação de Anestesiologia do Centro Obstétrico, Dra. Marina Borges Curralo, entender o processo pelo qual a gestante vai passar ajuda a mulher a não ter medo, desmistificar o parto e encarar com mais calma esse momento tão esperado.

Por isso, a Dra. Marina Borges Curralo respondeu às principais dúvidas sobre as dores no trabalho de parto. Confira!

Quais as causas da dor na hora do trabalho de parto?

Inicialmente, temos um período chamado de fase latente do trabalho de parto, quando o útero fica mais reativo e acontecem contrações da musculatura dele, porém não estão totalmente ritmadas e ainda não levam a uma dilatação progressiva do colo uterino. Neste momento, a mulher sente cólicas, mas ainda muito intervaladas, podendo haver até interrupção total desse estímulo. A próxima fase, chamada de fase ativa do trabalho de parto, é quando as contrações uterinas se tornam bem ritmadas e frequentes, com sensação de uma cólica forte e difusa por todo o abdômen e região lombar, que levam à dilatação total do colo uterino. Num próximo estágio, chamado de período expulsivo, a dor fica mais localizada e intensa, nas costas, quadris, coxas e nádegas. Neste momento, a dor dá-se pelas adaptações finais do corpo materno para permitir a descida do futuro recém-nascido pelo canal de parto.

Existem partos menos dolorosos?

Se o parto estiver evoluindo satisfatoriamente para via normal e a grávida opte por alívio da dor, pode-se lançar mão de técnicas analgésicas. São métodos não farmacológicos e farmacológicos que tem por objetivo ajudar a paciente a obter alívio significativo da queixa álgica, sem atrapalhar as contrações, até o nascimento do bebê por via vaginal.

Outro método de parto, a cesariana, também pode ser indicada após o início do trabalho de parto, seja por opção materna, seja por alterações da vitalidade materna ou fetal. Nesta via de parto, por ser cirúrgica, obrigatoriamente a paciente deve receber anestesia para bloqueio completo não só da dor, mas também de todos os estímulos que são desencadeados pelo procedimento. A anestesia de escolha é a raquianestesia, não passa para o recém-nascido e a mãe fica acordada durante o procedimento, permitindo a interação imediata com o bebê.

Um terceiro tipo é aquele que ocorre de maneira programada, fora do trabalho de parto, ou seja, antes do organismo começar a apresentar contrações e dilatação do colo. Ele é obrigatoriamente realizado por cesariana e sob anestesia. Esta opção, menos utilizada atualmente, é recomendada em situações específicas nas quais a continuidade da gestação pode apresentar riscos. Esta opção também pode partir por escolha materna, desde que a gestação já tenha chegado ao período de termo.

Como as grávidas podem lidar psicologicamente com o momento?

Durante o trabalho de parto, existem atividades que a gestante consegue fazer, as quais ajudam na evolução do parto e no controle da dor. Ela também tem à disposição medicamentos para ajudar. Tudo sempre realizado com o envolvimento da paciente e a depender da vontade da mesma.

Talvez, o principal é não ter medo da dor e saber aceitar que ela faz parte do processo natural do parto. É um sinal da proximidade do nascimento e de algo positivo: o bebê tão esperado, está por fim chegando.

O parto, apesar de desencadear dor, é um marco da vida, repleto de enorme alegria para a gestante e para toda a sua família. É um momento de cumplicidade ímpar com seu companheiro(a), e a equipe se esforça integralmente para dar força e motivação para a grávida. É uma troca de energia e de amor, e não de sofrimento.

A mulher se mostrar receptiva a essas outras tantas sensações positivas e lembrar que não está sozinha, ajudam. Ah, e lógico, manter sempre em mente o foco principal, o grande objetivo que demanda toda a concentração possível: ter seu bebê logo em seus braços.

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