Infecção urinária na gravidez

Cerca de 30% das mulheres desenvolverão ao longo da vida um episódio de infecção urinária leve ou grave, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A infecção urinária ocorre mais em mulheres devido à anatomia feminina. Mas e nas futuras mamães, qual a probabilidade de desenvolverem infecção urinária durante a gestação?

Saiba que é comum que a gestante tenha pelo menos um episódio de infecção urinária durante a gravidez, ocorrendo em cerca de 15% das gestantes.

Por isso, é importante fazer as consultas de pré-natal, ocasiões em que a futura mãe tem a chance de tirar todas as dúvidas com o seu médico e realizar uma série de exames que previnem e apontam tratamentos para esse e outros problemas.

As infecções urinárias costumam ser fáceis de perceber. Os principais sintomas são desconforto ou dor ao urinar, urgência de ir ao banheiro, sensação de peso na bexiga, mudança da coloração e do odor da urina.

“Se não forem tratadas apresentam a possibilidade de evoluir para dor nas costas, febre e mal-estar geral, que já podem representar sinais de gravidade do quadro”, alerta Dra. Amélia Losada, médica do Pré-Natal de Alto Risco da unidade São Luiz Anália Franco. A médica esclarece ainda outras questões. Confira!

A mulher fica mais propensa a ter infecção urinária na gestação? Por quê?

Sim. Isso ocorre devido às alterações funcionais e anatômicas dos rins e das vias urinárias durante o período gestacional. Alterações hormonais, da imunidade e o próprio aumento do útero são fatores que, juntos, propiciam a proliferação e ascensão das bactérias, levando a uma infecção.

Quais os riscos da infecção urinária na gestação? Pode causar problemas para o bebê?

Os riscos maternos incluem a pielonefrite, que é a infecção dos rins, podendo evoluir, inclusive, para septicemia, que é a infecção generalizada. Os riscos ao bebê estão relacionados, principalmente, a trabalho de parto prematuro e rotura da bolsa antes do termo. Além das complicações relacionadas à própria prematuridade, bebês de mães com infecção urinária têm maior chance de nascerem abaixo do peso esperado e de também apresentarem infecções.

Como é diagnosticada a infecção urinária na gestação?

Na gestação o diagnóstico é feito através da urocultura, que é a cultura de bactérias na amostra de urina. Este é um exame coletado de rotina durante o pré-natal, ou sempre que a gestante apresentar sintomas. Através dele sabemos se há o crescimento de bactérias – mesmo que não haja sintomas, se o exame der positivo, a gestante deverá ser tratada.

Quais os métodos indicados para prevenção da Infecção urinária na gestação?

Alimentação balanceada, boa ingestão de água e sono adequado são fatores que influenciam na imunidade e, consequentemente, ajudam a prevenir a infecção.

Além deles, manter um fluxo urinário adequado, evitando segurar a urina e urinar após a relação sexual, podem ser medidas que também reduzem o risco.

É fundamental não deixar de ir às consultas pré-natais e realizar os exames solicitados, pois somente através deles podemos flagrar uma infecção que ainda não manifestou sintomas.

Qual é o primeiro sinal de alerta da infecção urinária na gestação? Quais os tratamentos recomendados?

O sintoma mais comum é o desconforto ao urinar e sensação de bexiga cheia. Mas todos os sintomas relatados podem aparecer. É preciso estar atenta aos sinais de gravidade, como febre e dor lombar. Sempre que estiver em dúvida, procure assistência médica. Após avaliação, o tratamento costuma ser realizado com o uso de antibióticos.

A mulher pode manter relações sexuais se for diagnosticada com infecção urinária na gestação?

Sim. Não há contraindicação à relação sexual. Porém, não se deve esquecer que o atrito durante a relação com penetração vaginal pode propiciar novos episódios. Portanto, usar lubrificantes, preservativos e urinar após a relação sexual são medidas que poderão ajudar a evitar quadros futuros de infecção urinária.

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