O resguardo — também conhecido como puerpério ou quarentena — é um período fundamental para a recuperação física e emocional da mulher após o parto.
No caso do parto normal, esse tempo costuma variar entre 40 e 60 dias, o suficiente para que o útero retorne ao tamanho original, os tecidos cicatrizem e o organismo se reequilibre após as intensas transformações da gestação e do parto.
Mais do que um tempo de repouso, o resguardo é também um momento de adaptação à nova rotina com o bebê, que exige cuidado, acolhimento e apoio. A seguir, veja o que esperar dessa fase e os principais cuidados indicados.
Semana a semana: como cuidar da saúde no resguardo
1ª semana: foco no repouso e na recuperação. Evite esforços, monitore sua temperatura nas primeiras 72h, cuide da alimentação, da hidratação e esteja atenta aos sinais do seu corpo.
2ª semana: mantenha os cuidados e não carregue peso excessivo. Pequenas caminhadas podem ser introduzidas com orientação médica.
3ª a 6ª semana: o sangramento tende a diminuir e o corpo segue se ajustando. Nessa fase, o ginecologista pode liberar exercícios leves e avaliar o retorno às relações sexuais.
Cuidados no resguardo
É comum sentir cólicas, cansaço, sensibilidade nas mamas e oscilações de humor nesse período. De acordo com orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a mulher deve seguir cuidados específicos durante o resguardo do parto vaginal:
- Mantenha uma dieta equilibrada, rica em fibras, proteínas, ferro e líquidos. Evite alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas;
- Higiene íntima: lave a região genital com água e sabonete neutro ao menos duas vezes ao dia e sempre após evacuar ou urinar. Seque bem, da frente para trás;
- Use absorventes específicos para o puerpério, trocando com frequência;
- Evite banhos de banheira;
- Cuide da episiotomia ou laceração (se houver): mantenha a área limpa e seca. Observe sinais de infecção, como dor intensa, vermelhidão, inchaço, secreção com odor desagradável;
- Descanse sempre que possível, aproveitando os momentos em que o bebê dorme;
- Busque apoio da rede familiar e esteja atenta a sinais de depressão pós-parto (tristeza profunda, insônia persistente, dificuldade de vínculo com o bebê);
- Converse com seu médico sobre métodos de contracepção, que deve ser iniciada mesmo durante a amamentação, conforme orientação personalizada.
- Durante o resguardo, procure atendimento médico se surgirem sintomas como: febre persistente; sangramento muito intenso ou com odor forte; dor abdominal intensa e crescente; dor ou dificuldade para urinar; inchaço ou dor nas pernas.
A excelência da nossa equipe de especialistas ao seu alcance.
Quando o contato íntimo pode ser retomado?
O retorno à vida sexual costuma ser liberado por volta da 6ª semana após o parto, mas o mais importante é que aconteça no momento em que a mulher se sentir pronta — física e emocionalmente.
A amamentação, os hormônios em transição, o cansaço e os possíveis desconfortos físicos podem reduzir a libido e dificultar a lubrificação vaginal. Por isso, é essencial respeitar o tempo do corpo, conversar abertamente com o parceiro e evitar cobranças.
Jamais retome o contato íntimo sem liberação médica ou se ainda não se sentir confortável com isso. Respeitar esse intervalo é um gesto de cuidado com a própria saúde e com o bem-estar da relação. Com apoio, escuta e acolhimento, esse retorno acontece de forma mais leve, segura e natural.

