Teste da orelhinha: você já ouviu falar disso?

O exame conhecido como triagem auditiva neonatal (TAN), ou teste da orelhinha, é rápido, indolor e fornece informações importantes sobre a audição do bebê. Ele detecta se o recém-nascido apresenta algum problema para escutar sons.

“A deficiência auditiva pode passar despercebida aos nossos olhos e a única forma de identificá-la é por meio do exame”, diz Mônica Chapchap, chefe da Fonoaudiologia do Hospital e Maternidade Rede D’Or São Luiz Itaim e Anália Franco.

A especialista explica que a alteração auditiva em recém-nascidos ou lactentes causa grande impacto, futuramente, na fala e linguagem. Afinal, é por meio de informações sonoras que a criança aprende a falar. “A privação sensorial acarreta em atraso importante no desenvolvimento; por isso, precisa ser diagnosticada cedo.”

Como e quando o teste é realizado

Para o exame, utiliza-se uma espécie de pequeno fone de ouvido que emite sons de baixa intensidade. O equipamento capta a resposta da parte interna da orelha. O processo é simples e rápido: leva apenas de cinco a dez minutos. O bebê permanece dormindo tranquilamente durante a avaliação.

“As maternidades brasileiras costumam realizar a triagem auditiva neonatal no segundo ou terceiro dia de vida do bebê”, conta a fonoaudióloga da Rede D’Or São Luiz. Em casos de bebês prematuros, o teste pode ser repetido depois de 30 dias de vida.

Médicos recomendam encaminhar os casos suspeitos de perda auditiva para uma avaliação otológica e audiológica completa até os três meses de idade. Se diagnosticada qualquer deficiência, a intervenção adequada deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente antes dos seis meses.

Entre os tratamentos, estão o uso de aparelhos de amplificação ou implante coclear e terapia fonoaudiológica.

“É fundamental que essas etapas sejam atingidas para que a criança tenha condições favoráveis ao desenvolvimento da fala e audição da mesma maneira que as crianças ouvintes”, esclarece Mônica Chapchap.

Benefício obrigatório

O teste da orelhinha tornou-se obrigatório desde 2010. É assegurado pela Lei Federal 12.303, que dispõe também acesso gratuito ao “exame de emissões otoacústicas evocadas”, como é chamado no jargão técnico. “Muitos recém-nascidos brasileiros foram beneficiados nesses 11 anos de existência do teste da orelhinha”, diz a fonoaudióloga Mônica Chap Chap.

De fato, desde o útero o bebê já costuma ser capaz de ouvir sons. No entanto, estudos estimam que um em cada 1.000 bebês nasçam com alguma perda auditiva. Com o teste da orelhinha, a detecção precoce de eventual problema dá a oportunidade de um desenvolvimento apropriado a todos.

As maternidades Rede D’Or São Luiz dispõem do programa de triagem auditiva neonatal em suas unidades e contam com fonoaudiólogos especializados. “A triagem auditiva faz parte dos exames de rotina realizados durante a internação hospitalar”, finaliza a especialista.

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