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BI-RADS: o que é, para que serve, classificação e como entender o resultado

O BI-RADS é um sistema de classificação para determinar o risco de câncer de mama, na mamografia, ultrassom ou ressonância magnética, dado em pontuações de 0 a 6. Entenda o que é BI-RADS, para que serve, classificação e como entender o resultado.

O que é a classificação BI-RADS?

A classificação BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System) é um sistema internacional padronizado desenvolvido pela American College of Radiology (ACR) para categorizar achados em exames de imagem das mamas, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética.

Este sistema avalia a presença de alterações mamárias, classificando-as de acordo com a probabilidade de malignidade, auxiliando na tomada de decisão clínica. Por exemplo, um laudo com BI-RADS 1 indica ausência de alterações suspeitas, enquanto BI-RADS 4 ou superior pode sugerir maior risco de câncer.

A classificação varia de 0 a 6, permitindo que médicos interpretem resultados com mais precisão e orientem condutas, como acompanhamento regular, exames complementares ou biópsias, conforme o caso.

Para que serve o BI-RADS?

O BI-RADS padroniza os laudos de exames de imagem das mamas, permitindo comunicação clara entre radiologistas, mastologistas e oncologistas. Essa uniformidade facilita o diagnóstico precoce do câncer de mama e reduz a margem de erros interpretativos.

Além disso, o BI-RADS avalia a densidade mamária, um fator importante no rastreamento do câncer, já que mamas mais densas possuem maior risco de desenvolver a doença e podem dificultar a identificação de tumores nas imagens.

O que é analisado no BI-RADS?

Para determinar a classificação BI-RADS, os seguintes aspectos das mamas são avaliados:

  • Densidade mamária: proporção de tecidos fibrosos, glandulares e gordurosos.
  • Massas, nódulos ou cistos: características como tamanho, bordas e densidade.
  • Calcificações: presença, distribuição e características de microcalcificações.
  • Assimetrias: diferenças de volume ou formato entre as mamas.
  • Distorções arquiteturais: alterações na estrutura normal do tecido mamário.
  • Lesões cutâneas ou retratação da pele: análises específicas de sinais externos.

Esses elementos ajudam a diferenciar lesões benignas de malignas, possibilitando uma classificação precisa.

Qual a classificação do BI-RADS?

O BI-RADS é classificado em 6 categorias, que são:

Categoria O que significa Recomendação
BI-RADS 0 Exame inconclusivo Exames adicionais, como ultrassom ou repetição da mamografia.
BI-RADS 1 Exame normal Fazer mamografia anual
BI-RADS 2 Alteração benigna Fazer mamografia anual
BI-RADS 3 Alteração provavelmente benigna Repetir a mamografia em 6  meses
BI-RADS 4 Alteração suspeita de malignidade Realizar biópsia para confirmação
BI-RADS 5 Alteração altamente suspeita de malignidade Confirmar com biópsia e iniciar tratamento adequado.
BI-RADS 6 Lesão maligna comprovada Monitorar a resposta ao tratamento para câncer de mama

De acordo com a classificação BI-RADS, o médico define a conduta a ser seguida que pode ser exames adicionais ou anuais ou até o tratamento para o câncer de mama. Veja como é feito o tratamento do câncer de mama.

Como entender o resultado do BI-RADS?

1. BI-RADS 0

O exame é considerado inconclusivo, geralmente por dificuldade técnica ou necessidade de imagens complementares. O médico pode solicitar novos exames, como ultrassom, ou comparar o resultado atual com exames anteriores para melhor avaliação.

2. BI-RADS 1

Indica ausência de alterações mamárias suspeitas, com tecido normal e sem lesões malignas ou benignas. Recomenda-se mamografia anual para rastreamento.

3. BI-RADS 2

Refere-se a achados completamente benignos, como cistos simples, lipomas ou calcificações típicas. A conduta padrão é manter o rastreamento anual.

4. BI-RADS 3

Indica alterações provavelmente benignas, como nódulos ou calcificações com chance inferior a 2% de malignidade. Neste caso, realiza-se acompanhamento semestral por até 2 anos.

5. BI-RADS 4

Sugere risco significativo de malignidade, variando de 2% a 95%, dependendo da subcategoria:

  • 4A: baixa probabilidade (2%-10%).
  • 4B: probabilidade moderada (11%-50%).
  • 4C: alta probabilidade (51%-95%).

A biópsia é indispensável para confirmar o diagnóstico.

6. BI-RADS 5

Altamente suspeito de malignidade, com probabilidade superior a 95%. A biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Geralmente, o câncer de mama é tratado com cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou terapia alvo, por exemplo, o que varia de acordo com o tipo e estágio do tumor.

7. BI-RADS 6

Usado para pacientes com câncer de mama já confirmado. Ajuda a monitorar a evolução do tratamento por meio de exames de imagem.

Qual a classificação BI-RADS para densidade da mama?

O BI-RADS também fornece uma classificação sobre a densidade das mamas, sendo as principais:

Categoria Características
Categoria A ou mamas de baixa densidade As mamas possuem mais tecido adiposo (gorduroso) do que fibroso e glandular.
Categoria B ou mamas de densidade dispersa As mamas possuem muito tecido gorduroso com poucas áreas de tecido fibroso e glandular.
Categoria C ou mamas heterogeneamente densa As mamas possuem uma distribuição uniforme de tecido fibroso e glandular, com algumas áreas de tecido gorduroso.
Categoria D ou mamas extremamente densas As mamas possuem principalmente tecidos fibrosos e glandulares, e quase nenhuma gordura.

O resultado da densidade das mamas é feito pela proporção de tecido gorduroso, fibroso e glandular.

Qual a importância da densidade da mama?

A densidade das mamas é importante pois mamas muito densas, ou seja, que possuem muito tecido glandular e fibroso podem dificultar a identificação do câncer de mama.

Nesses casos, o médico pode solicitar exames adicionais, como ultrassom ou ressonância magnética das mamas, por exemplo.

Mama densa causa câncer?

Embora a mama densa não cause diretamente câncer, ela é considerada um fator de risco. A alta proporção de tecido glandular, onde os tumores frequentemente se originam, e a dificuldade de detecção em exames de imagem justificam maior atenção médica.

Qual médico consultar?

Para realizar o mamografia, ultrassom ou ressonância magnética das mamas, deve-se consultar o mastologista, ginecologista ou oncologista clínico.

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Os resultados dos exames devem ser interpretados pelo médico, juntamente com o exame físico das mamas, histórico de saúde, histórico familiar de câncer de mama, além da idade.

BI-RADS 2 pode virar câncer?

Não, o BI-RADS 2 não evolui para câncer, pois essa classificação é utilizada para descrever alterações 100% benignas detectadas nas mamas. Exemplos incluem cistos simples ou calcificações benignas. Essas alterações não requerem tratamento específico, apenas acompanhamento regular com mamografia anual, conforme a orientação médica.

O nódulo BI-RADS 3 pode sumir?

Um nódulo classificado como BI-RADS 3, que indica uma alteração provavelmente benigna, geralmente não desaparece espontaneamente. Essa categoria tem menos de 2% de chance de evoluir para câncer de mama.

Por essa razão, o médico pode solicitar mamografias de acompanhamento semestral durante o primeiro ano, para monitorar possíveis alterações no nódulo. Se após dois anos não houver mudanças em tamanho, forma ou características, o intervalo para os exames pode ser estendido, conforme avaliação médica.

BI-RADS 0 é preocupante?

Em geral, o BI-RADS 0 não é motivo de grande preocupação. Ele indica que o exame foi inconclusivo, geralmente devido a fatores técnicos, como posicionamento inadequado da mama ou movimentação durante o procedimento, dificultando a interpretação das imagens.

Quando o laudo apresenta a categoria BI-RADS 0, é necessário repetir a mamografia ou realizar exames complementares, como ultrassonografia ou ressonância magnética, para chegar a uma classificação definitiva e possibilitar a análise adequada.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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