O tumor cerebral é caracterizado por um crescimento anormal de células no cérebro ou em tecidos próximos. Essas alterações podem ser influenciadas por diversos fatores, entre eles predisposição genética, exposição prévia à radiação ionizante e condições que reduzem a imunidade, embora as causas exatas de muitos tumores ainda não sejam totalmente compreendidas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 88% dos tumores malignos que surgem no sistema nervoso central (SNC) ocorrem no cérebro, e os tumores do SNC representam entre 1,4% e 1,8% de todos os tumores malignos registrados no mundo. Embora sejam menos comuns, eles podem ter diferentes origens e comportamentos. Por isso, cada diagnóstico é único e requer uma avaliação individualizada.
É importante destacar que nem todo tumor cerebral é câncer. Essa distinção influencia diretamente o prognóstico, termo que reúne as expectativas sobre a evolução da doença, incluindo possibilidade de cura, tempo de sobrevida e qualidade de vida do paciente.
Como é definido o prognóstico
O prognóstico é uma estimativa médica sobre como o quadro do paciente poderá evoluir ao longo do tempo. Não depende de um único fator; múltiplos aspectos são avaliados, alguns relacionados ao tumor e outros às características do paciente ou ao tratamento. No caso dos tumores cerebrais, os principais fatores considerados são:
- Tipo histológico e grau do tumor;
- Localização e tamanho da lesão;
- Idade e condição clínica geral do paciente;
- Extensão da ressecção cirúrgica (quando indicada);
- Intervalo entre o aparecimento dos sintomas, o
- Diagnóstico e o início do tratamento.
A partir dessa avaliação, a equipe médica estima o curso mais provável da doença e ajusta o plano terapêutico às particularidades de cada caso. Nos tópicos a seguir detalhamos esses fatores que influenciam o prognóstico, inclusive a probabilidade de cura.
A diferença entre tumores benignos e malignos
Como mencionado anteriormente, nem todo tumor é um câncer. Ele pode ser definido como benigno (não cancerígeno) ou maligno (cancerígeno). Embora ambos estejam relacionados ao crescimento anormal de células, as suas características biológicas e clínicas são bastante distintas.
Tumores benignos são formações não cancerígenas, compostas por células que, apesar de se multiplicarem de maneira incomum, assemelham-se às células normais do tecido de origem. Eles costumam crescer de forma lenta e ordenada, com limites bem definidos, o que facilita a sua remoção cirúrgica. Além disso, não invadem tecidos vizinhos nem se espalham para outras partes do corpo, característica chamada de “não metastática”.
Porém, mesmo os tumores benignos no cérebro podem causar sintomas que prejudicam a qualidade de vida. O crânio é um espaço fechado e qualquer massa em crescimento pode pressionar estruturas neurológicas importantes, levando a dores de cabeça, convulsões e alterações visuais, por exemplo.
Tumores malignos apresentam crescimento mais rápido e invasivo, com maior tendência a infiltrar tecidos adjacentes. No SNC (Sistema Nervoso Central), alguns tipos malignos têm prognóstico reservado, enquanto outros podem ser controlados com tratamentos multimodais. A diferença entre benigno e maligno é um dos determinantes mais fortes do desfecho clínico.
Tumores benignos, quando diagnosticados precocemente e localizados em áreas acessíveis, costumam ter altas taxas de cura por meio da remoção cirúrgica. Por sua vez, os tumores malignos apresentam comportamento mais agressivo e, embora alguns sejam tratados com sucesso, outros podem ter um desfecho menos favorável.
Tumores cerebrais: primários x secundários
Os tumores também podem ser classificados como primários ou secundários. No caso das formações no cérebro, um tumor primário é aquele que se origina no próprio sistema nervoso central, seja no tecido cerebral, seja na medula espinhal ou nos tecidos próximos. Eles podem ser benignos ou malignos.
Já um tumor secundário surge inicialmente em outro órgão e depois se espalha até o cérebro, condição chamada de metástase cerebral. Eles são sempre malignos, independentemente do tipo das células envolvidas, pois representam uma disseminação do câncer primário.
Em termos de prognóstico, os tumores secundários costumam ser mais complexos, pois geralmente indicam que o câncer já está avançado. Por outro lado, em comparação, tumores primários podem oferecer possibilidades melhores de controle, sobretudo quando diagnosticados precocemente e localizados em áreas acessíveis.
A importância do diagnóstico precoce
Detectar o tumor em fase inicial é determinante para melhores resultados. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a probabilidade de tratamentos menos invasivos, preservação de função neurológica e melhor sobrevida. Por isso, consultas regulares e atenção a sinais persistentes são fundamentais.
Os sinais de alerta incluem alteração no padrão de cefaleia, início de crises convulsivas, déficits neurológicos progressivos (por exemplo, perda visual, alterações da fala, lentificação do raciocínio) ou quaisquer sintomas neurológicos novos e persistentes.
As principais ferramentas de imagem para investigação são a ressonância magnética (RM) com contraste, exame de escolha para caracterização de lesões cerebrais, e a tomografia computadorizada (TC), que também pode ser útil em situações agudas. A confirmação diagnóstica costuma exigir avaliação especializada, e em muitos casos a biópsia ou a peça cirúrgica fornece o diagnóstico histológico definitivo.
Leia também: Como é feito o diagnóstico do câncer e quais exames são necessários?
Chances de cura
A possibilidade de cura existe, mas varia conforme múltiplos fatores: tipo histológico, grau de agressividade, localização, extensão da doença e presença de metástases, além do estado geral do paciente. Em linhas gerais, tumores benignos, primários e acessíveis cirurgicamente têm maior probabilidade de cura com cirurgia isolada ou combinada a outras modalidades. Já tumores malignos ou altamente infiltrativos (por exemplo, glioblastoma) têm prognóstico mais reservado, embora tratamentos multimodais possam prolongar e melhorar a qualidade de vida. Em todos os casos, o acompanhamento por equipe especializada é essencial para definir expectativas e opções terapêuticas. Apenas um médico especialista pode definir o prognóstico do paciente, após avaliar de forma detalhada as especificidades de cada caso.
Tratamentos disponíveis
O tratamento é multidisciplinar: neurocirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas, neuropatologistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais atuam de forma integrada para oferecer o melhor cuidado. As principais modalidades terapêuticas incluem cirurgia, radioterapia (conforme indicação e técnica adequada) e quimioterapia; em muitos tumores a combinação dessas modalidades aumenta a chance de controle.
Em tumores selecionados, também se empregam técnicas mais recentes, como radiocirurgia estereotáxica e terapias-alvo, dependendo do perfil molecular da lesão. Quando a cirurgia representa risco elevado e a lesão é assintomática ou de crescimento lento, o seguimento clínico-radiológico pode ser a estratégia mais segura.
Mesmo quando a cura não é possível, os objetivos do tratamento são controlar a doença, aliviar sintomas, preservar ou recuperar funções e promover qualidade de vida por meio de suporte clínico e reabilitação.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’Or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


