Desvantagens da imunoterapia
A imunoterapia é um importante avanço no tratamento do câncer, pois estimula o sistema imunológico para que ele ataque diretamente as células tumorais. Apesar de seu potencial, ela apresenta limitações e efeitos colaterais que podem impactar tanto sua eficácia quanto a segurança dos pacientes. Assim, é necessária uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios para cada paciente.
Efeitos colaterais da imunoterapia no tratamento de câncer
A imunoterapia pode provocar efeitos adversos devido ao aumento da atividade imunológica, que atinge não apenas as células tumorais, mas também células normais. As principais reações auto imunes incluem:
Reações Cutâneas
As reações na pele, como erupções cutâneas, vermelhidão, ressecamento e coceira, são manifestações autoimunes frequentes na imunoterapia. Esses sintomas resultam da resposta imune contra componentes da pele e podem variar desde irritações leves até dermatites graves, exigindo, em casos mais intensos, tratamentos imunossupressores tópicos ou sistêmicos.
Fadiga
A fadiga intensa e persistente é comum na imunoterapia e, embora possa ocorrer em qualquer tratamento oncológico, neste caso, é associada à inflamação sistêmica autoimune, onde o sistema imune ativado afeta o metabolismo e o sistema neuromuscular, prejudicando a disposição e energia do paciente.
Sintomas Gastrointestinais
Náuseas, vômitos e diarreia são frequentes e refletem respostas autoimunes no trato gastrointestinal, muitas vezes em forma de colite autoimune. A colite pode se manifestar por Os sintomas da colite induzida por imunoterapia incluem:
- Diarreia intensa: Esse é um dos sinais mais comuns e, em casos graves, pode levar a desidratação e perda significativa de eletrólitos.
- Dor abdominal: Pode variar de moderada a intensa, dependendo do grau de inflamação.
- Sangramento retal: Em casos avançados, pode ocorrer sangramento, indicando uma inflamação grave das camadas internas do intestino.
Como dito em alguns pacientes, essa inflamação pode ser severa, levando a desidratação e desnutrição, e requer acompanhamento rigoroso e tratamento com corticosteroides para reduzir a inflamação. Essa manifestação exige ajustes imediatos na terapia e, em algumas situações, até a interrupção da imunoterapia.
Inflamações em Órgãos Internos
As inflamações autoimunes em órgãos internos são reações graves que podem ocorrer durante o tratamento. Entre as mais comuns estão a pneumonite (inflamação nos pulmões), hepatite (inflamação no fígado), nefrite (inflamação nos rins) e colite (inflamação nos intestinos). Essas condições autoimunes resultam da ativação do sistema imunológico contra os próprios tecidos e demandam intervenções com imunossupressores, como corticoides, e, em casos graves, a suspensão temporária da imunoterapia.
- Pneumonite: Inflamação nos pulmões, que pode causar falta de ar, tosse seca e desconforto torácico. Esse efeito adverso é particularmente preocupante, pois pode evoluir para uma insuficiência respiratória grave se não tratado adequadamente.
- Hepatite: Inflamação no fígado, que pode levar a elevações de enzimas hepáticas e sintomas como fadiga, icterícia (pele e olhos amarelados) e desconforto abdominal. O monitoramento regular da função hepática é essencial durante o tratamento para identificar essa reação precocemente.
- Nefrite: Inflamação nos rins, que pode provocar alterações na função renal, levando a sintomas como inchaço, aumento da pressão arterial e, em casos graves, insuficiência renal. Esse efeito exige ajustes imediatos na terapia e, em algumas situações, até a interrupção da imunoterapia.
Reações Sistêmicas e Outras Doenças Autoimunes
Além das inflamações em órgãos específicos, a imunoterapia pode induzir o desenvolvimento de doenças autoimunes, como artrite, tireoidite e diabetes tipo 1, onde o sistema imunológico passa a atacar articulações, glândula tireoide e células pancreáticas, respectivamente. Esses efeitos refletem a “quebra” da tolerância imunológica, um risco inerente ao aumento da atividade imune provocado pela imunoterapia
Esses efeitos colaterais podem surgir semanas ou até meses após o início do tratamento, tornando o acompanhamento médico contínuo essencial. Embora alguns pacientes apresentem efeitos leves, outros podem desenvolver reações mais severas, que exigem intervenção imediata.
Limitações da imunoterapia
A imunoterapia tem mostrado resultados promissores em tumores como melanoma e câncer de pulmão e rim. A sua eficácia também está sendo estudada para outros tipos da doença, como no câncer de mama ou no colorretal.
Mesmo entre pacientes com o mesmo tipo de câncer, a resposta à imunoterapia pode variar. Em alguns casos, o tratamento é eficaz e prolonga a vida do paciente, mas em outros, os resultados são limitados.
Cada caso deve ser analisado individualmente, considerando os benefícios e riscos do tratamento. O acompanhamento médico contínuo é imprescindível para garantir que os efeitos adversos sejam identificados e tratados de maneira adequada.




