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Leucaférese: o que é, para que serve e como funciona

A leucaférese é um procedimento médico destinado à remoção seletiva dos leucócitos, os glóbulos brancos da corrente sanguínea. Esses componentes são essenciais para o sistema imunológico, atuando na defesa contra infecções, inflamações e outras agressões ao organismo. Entretanto, em algumas doenças, especialmente em certos tipos de câncer hematológico, a produção de leucócitos pode ficar descontrolada, levando a níveis muito elevados dessas células no sangue.

Quando há excesso de leucócitos circulantes, o sangue se torna mais viscoso e a circulação pode ser prejudicada, aumentando o risco de complicações graves, como obstrução de pequenos vasos, dificuldades respiratórias, alterações neurológicas e instabilidade hemodinâmica. Nessas situações, a leucaférese pode ser indicada para reduzir rapidamente a quantidade de glóbulos brancos.

Esse procedimento faz parte do grupo das técnicas de aférese, que utilizam equipamentos especializados para separar e retirar componentes sanguíneos específicos, como hemácias, plaquetas e plasma, devolvendo o restante ao paciente.

Por sua relevância clínica, a leucaférese é amplamente utilizada em áreas como hematologia, oncologia e imunologia, contribuindo tanto para o tratamento de emergências médicas quanto para terapias avançadas.

Para que serve a leucaférese?

A leucaférese terapêutica é indicada principalmente em situações de leucocitose extrema, quando há uma quantidade anormalmente alta de leucócitos circulando no sangue. Esse quadro ocorre com maior frequência em doenças hematológicas malignas, como:

  • Leucemia mieloide aguda (LMA);
  • Leucemia linfoblástica aguda (LLA);
  • Algumas leucemias crônicas em fase acelerada.

O objetivo da leucaférese é reduzir rapidamente a contagem de leucócitos, aliviando sintomas, melhorando a circulação e diminuindo o risco de complicações graves, como:

  • tromboses;
  • hemorragias;
  • síndrome da leucostase (comprometimento pulmonar e neurológico por acúmulo celular).

Como funciona a leucaférese?

A leucaférese é realizada em ambiente hospitalar, com acompanhamento de uma equipe treinada e o uso de um aparelho de aférese. O procedimento é considerado seguro e minimamente invasivo.
Durante a sessão:

  • O sangue é retirado do paciente por um acesso venoso.
  • Ele passa pela máquina de aférese, que utiliza centrifugação para separar os componentes sanguíneos de acordo com sua densidade.
  • Os leucócitos são isolados e removidos, enquanto hemácias, plaquetas e plasma são devolvidos ao paciente por outra via.

Esse processo ocorre em circuito fechado, garantindo segurança e reduzindo risco de contaminação. A sessão dura, em média, 2 a 4 horas.

Como a máquina de aférese usa anticoagulantes, geralmente citrato para impedir a coagulação, podem ocorrer efeitos como formigamento nos lábios ou extremidades, decorrentes de hipocalcemia transitória (cálcio baixo). A equipe monitora e corrige prontamente essas alterações.

Quando a leucaférese pode ser indicada?

A leucaférese é especialmente indicada quando há risco de complicações decorrentes da leucocitose extrema, como a leucostase, em que grande quantidade de leucócitos se acumula nos pequenos vasos sanguíneos, podendo causar:

  • falta de ar,
  • confusão mental,
  • alterações visuais,
  • risco aumentado de falência respiratória ou neurológica.

Ela também pode ser indicada antes da quimioterapia, para reduzir o risco de complicações metabólicas e hemodinâmicas associadas à alta contagem de leucócitos.

Além disso, a leucaférese desempenha um papel essencial em tratamentos avançados, como as terapias com células CAR-T, nas quais o procedimento é usado para coletar linfócitos T do paciente, que serão posteriormente modificados em laboratório para combater células tumorais.

Leia também: CAR T Cell: entenda o que é, como funciona e seu papel no tratamento do câncer

Quais são os efeitos adversos da leucaférese?

A leucaférese é considerada um procedimento seguro. Ainda assim, como qualquer intervenção médica, pode apresentar efeitos adversos, geralmente leves e temporários. Entre os mais comuns estão:

  • formigamento ou sensação de dormência;
  • queda da pressão arterial;
  • dor ou desconforto no local da punção venosa;
  • hipocalcemia (cálcio baixo);
  • anemia leve transitória;
  • trombocitopenia (redução de plaquetas).

Complicações graves são raras quando o procedimento é realizado em centros especializados, com monitoramento contínuo e avaliação prévia cuidadosa dos exames e do estado clínico do paciente.

Quais são os benefícios da leucaférese?

A remoção rápida dos leucócitos circulantes traz benefícios importantes para pacientes com leucocitose grave. Entre as principais vantagens, destacam-se:

  • Redução imediata da contagem de leucócitos, aliviando sintomas e diminuindo o risco de leucostase.
  • Maior segurança para iniciar quimioterapia, reduzindo o risco de complicações metabólicas.
  • Possibilidade de realizar terapias avançadas, como CAR-T cell, quando a leucaférese é utilizada para coleta de linfócitos.

Preservação dos demais componentes do sangue, que são devolvidos ao paciente durante o procedimento.
Ser um método seguro, eficaz e geralmente bem tolerado, especialmente quando realizado por equipes especializadas.

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A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.

Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.

Nosso compromisso é oferecer excelência, conforto e segurança em todas as etapas do tratamento oncológico, promovendo saúde e qualidade de vida.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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