Imunoeletroforese Proteína, Urina – Amostra Isolada

O exame de imunoeletroforese de proteína na urina é uma técnica laboratorial que permite separar e identificar proteínas presentes na urina, sobretudo aquelas que não são esperadas em indivíduos saudáveis.

Na prática, realiza-se uma eletroforese (processo no qual moléculas carregadas migram sob um campo elétrico) para separar as proteínas conforme carga elétrica e peso molecular. Em seguida, aplicam-se anticorpos específicos (imuno-) para identificar se há proteínas “monoclonais” ou “paraproteínas”, que são produzidas de forma anormal por células do sistema imunológico.

O exame é utilizado para detectar e identificar proteínas anormais na urina, principalmente aquelas produzidas de forma excessiva ou anormal pelo sistema imunológico, como as proteínas monoclonais. Esse tipo de análise é essencial em casos de suspeita de doenças como mieloma múltiplo, gamopatias monoclonais de significado indeterminado (MGUS), amiloidose e outras condições relacionadas à produção descontrolada de imunoglobulinas.

Além disso, o exame pode ser indicado para investigar a origem de proteinúrias persistentes, quando proteínas são encontradas na urina de forma contínua, de modo a auxiliar na diferenciação entre causas renais (como lesões glomerulares ou tubulares) e relacionadas a distúrbios hematológicos.

O exame é simples, não invasivo e não envolve nenhum tipo de radiação. Para iniciar, é preciso coletar uma amostra única de urina, geralmente obtida pela primeira micção da manhã ou após um intervalo de pelo menos duas horas sem urinar, o que ajuda a garantir uma concentração adequada de proteínas.

Antes da coleta, é recomendada uma higiene adequada da região genital para evitar contaminação. A urina deve ser armazenada em um frasco limpo e pode ser necessário manter a amostra refrigerada até sua entrega ao laboratório.

Após a coleta, a amostra é processada em laboratório para identificar padrões normais ou a presença de proteínas anormais. O tempo total para a liberação do resultado costuma variar de 2 a 5 dias úteis, dependendo do laboratório.

Não existe um intervalo numérico padrão (valor de referência) para este exame. O resultado esperado, considerado normal, é a ausência de banda monoclonal detectável. Caso contrário, pode indicar alguma alteração que requer investigação médica. No entanto, é fundamental que o achado seja avaliado por um médico, considerando o quadro clínico do paciente e exames complementares.

Médicos de diversas especialidades podem solicitar o exame, conforme o quadro clínico do paciente, entre eles hematologistas, nefrologistas e clínicos gerais.

A principal diferença está na técnica e na sensibilidade do exame. A imunoeletroforese combina a separação das proteínas da amostra (por eletroforese) com a aplicação de anticorpos específicos em uma segunda etapa, o que permite a identificação das proteínas por meio da formação de arcos de precipitação. É uma técnica eficaz, mas menos sensível e mais demorada.

Já a imunofixação é um método mais moderno, rápido e sensível. Após a separação das proteínas por eletroforese, aplicam-se diretamente os anticorpos específicos que “fixam” as proteínas no gel, formando bandas bem definidas que indicam a presença de proteínas anormais, como as monoclonais.