A chegada de um bebê é sempre acompanhada de muitas descobertas, especialmente nos primeiros dias de vida. Para as famílias, entender algumas condições que podem surgir, especialmente em bebês prematuros, traz mais segurança e tranquilidade.
Uma delas é a enterocolite, uma inflamação que afeta o intestino do recém-nascido e que, apesar do nome assustar, costuma ter bom desfecho quando identificada cedo. Saber reconhecer os sinais e buscar ajuda no momento certo faz toda a diferença.
O que é enterocolite? Tem cura?
A enterocolite é uma inflamação no intestino do bebê. Em recém-nascidos prematuros, pode aparecer na forma mais séria, chamada enterocolite necrosante (ECN), quando a inflamação é tão intensa que pode causar pequenas lesões.
Isso acontece porque o intestino do prematuro ainda está amadurecendo e pode reagir de maneira exagerada às bactérias naturais dos alimentos, prejudicando a circulação sanguínea local.
Mesmo assim, é importante reforçar: a enterocolite tem tratamento e, na maioria das vezes, tem cura. Quando o diagnóstico é precoce e o bebê recebe os cuidados adequados, a evolução costuma ser muito positiva.
Quais sinais merecem atenção?
A enterocolite costuma surgir entre a segunda e a terceira semana de vida, mas pode aparecer antes. Os primeiros sinais podem ser discretos, por isso observar pequenas mudanças no comportamento do bebê é essencial. Entre os sintomas mais comuns estão:
- barriguinha mais inchada ou durinha;
- dificuldade ou recusa para mamar;
- menos apetite;
- vômito esverdeado ou amarelado;
- diarreia ou fezes escurecidas ou com sangue;
- bebê mais quietinho, sonolento ou menos ativo;
- temperatura corporal mais baixa;
- nos casos graves, pausas na respiração e batimentos mais lentos.
Ao notar qualquer um desses sinais, o ideal é procurar atendimento rapidamente. O cuidado precoce é decisivo para uma boa recuperação.
Por que isso acontece?
A enterocolite necrosante surge devido a uma inflamação importante na parede intestinal. Isso pode ocorrer por:
- imaturidade natural do intestino, especialmente nos prematuros;
- circulação de sangue reduzida na região;
- desequilíbrio da flora intestinal;
- presença de bactérias que o intestino ainda não consegue controlar bem;
- dificuldade de digestão dependendo do tipo de alimentação.
Quando esses fatores se combinam, o intestino pode reagir de forma exagerada, resultando em inflamação e, em casos mais graves, pequenas áreas de lesão.
Algumas condições aumentam o risco, como prematuridade, baixo peso ao nascer, baixos níveis de oxigênio antes ou após o parto, infecções maternas ou bolsa rota por muito tempo, doenças cardíacas congênitas, uso de fórmulas muito concentradas e uso recente de antibióticos.
Como são feitos o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico começa com a avaliação clínica do pediatra ou neonatologista, que pode solicitar um raio-X do abdômen.
O tratamento varia conforme o estado do bebê, mas geralmente inclui pausa temporária das mamadas; uso de sonda para retirar o conteúdo do estômago; hidratação e nutrição pela veia e uso de antibióticos.
Nos casos mais delicados, pode ser necessária cirurgia para remover a área afetada. Ainda assim, com diagnóstico rápido, a maioria dos bebês evolui muito bem.
Existem sequelas?
Em alguns casos, especialmente quando uma parte maior do intestino é retirada, podem ocorrer dificuldades na absorção de nutrientes, obstruções por cicatrizes ou necessidade de novas cirurgias. O acompanhamento regular reduz bastante esses riscos e ajuda a garantir uma boa qualidade de vida.
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É possível prevenir?
Nem sempre é possível evitar a enterocolite, mas algumas atitudes ajudam, como oferecer leite materno sempre que possível; fazer um pré-natal atento para reduzir o risco de prematuridade; e monitorar bem o bebê após o nascimento, especialmente oxigenação e circulação.
Se o bebê for prematuro ou tiver fatores de risco, é importante conversar com o pediatra e entender o plano de cuidados.Com atenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, a grande maioria dos bebês se recupera e segue crescendo com saúde.
Conhecer os sinais e saber quando procurar ajuda faz toda a diferença para garantir uma recuperação rápida e segura.


