Quando devo procurar o pronto-socorro obstétrico?

Além de pronto-socorro “tradicional”, alguns hospitais possuem locais específicos para emergências obstétricas, – caso da Rede D’Or – que têm o objetivo de atender mulheres que estão gestantes ou, então, que já tiveram o bebê e necessitam de algum auxílio nesse período.

“Temos sempre que lembrar que não é na gravidez que a mulher pode precisar procurar um pronto-socorro, mas também no pós-parto, no puerpério”, diz Marcelo Nunes, ginecologista, obstetra e coordenador do pronto-socorro obstétrico do Hospital São Luiz Itaim (SP).

“Ela pode ter queixa de mastite, que é uma inflamação nas mamas, ou um quadro de dor ou de febre importante, que são sinais de uma infecção na cicatriz da cesária, por exemplo”, afirma o médico.

Durante a gestação: quando procurar o pronto-socorro obstétrico?

De acordo com Nunes, as gestantes precisam ficar mais atentas no primeiro trimestre pelo risco de aborto espontâneo. O sinal disso seria o sangramento pela vagina.

No terceiro trimestre, a emergência que pode ocorrer é o descolamento da placenta, que também provoca sangramento, ou o sofrimento fetal, que é caracterizado por um líquido verde expelido pela vagina.

No fim da gestação, o alerta mais importante e que é um indicativo de que é hora de procurar um pronto-socorro é a perda de líquido, ou seja, o início do trabalho de parto, com rompimento da bolsa. Sangramentos e ausência de movimentos do bebê por mais de 6h também são sinais de que algo mais grave pode estar acontecendo.

“Geralmente, são esses os quadros mais comuns numa emergência. Se a gestante tiver alguma doença de base, como hipertensão, e sentir turvação visual, ela deve procurar um PS também. Dores de estômago importantes, além de vômitos, devem acender o mesmo alerta”, afirma o ginecologista da Rede D’Or.

Confira lista dos sinais que devem chamar sua atenção na gravidez:

  • sangramentos;
  • presença de líquido verde no fim da gestação;
  • ausência de movimentação do bebê por mais de seis horas;
  • forte dor de estômago;
  • excesso de vômitos;
  • febre;
  • turvação visual;
  • dor de cabeça aguda;
  • desmaios;
  • inchaço exagerado no rosto ou nas mãos.

O que pode causar a perda do bebê no início da gravidez?

Preocupação frequente na gravidez, a perda gestacional é muito comum, acontecendo em cerca de 15% a 20% de todas as gestações. O principal motivo dos abortos nessa fase são alterações do próprio embrião, chamadas embriopatias.

Elas são causadas por problemas genéticos graves e, nesses casos, não há o que fazer para mudar o curso da gestação. Há ainda outras situações que podem ser responsáveis pela perda gestacional como infecções, tabagismo, alterações hormonais e doenças autoimunes.

Pré-natal: por que você deve realizá-lo corretamente

É importante ressaltar ainda que a gestante pode desenvolver outras complicações na gravidez, como diabetes e hipertensão. Em alguns casos, o bebê pode não conseguir se desenvolver de forma correta. Por isso, é essencial realizar o pré-natal desde o início da gravidez, para que se possa diagnosticar essas e outras complicações.

Caso algum desses quadros seja identificado, a paciente será encaminhada à atenção de alto risco e será monitorada e acompanhada com maior frequência de consultas, favorecendo, assim, o controle de intercorrências e prevenção de maiores complicações.

Além disso, é no pré-natal que a mulher consegue tirar todas as dúvidas e, inclusive, elaborar o plano de parto. “A paciente não deve hesitar em procurar ajuda num pronto-socorro obstétrico ao surgimento de qualquer um dos sinais citados acima”, diz Nunes.

Encontre um especialista