O adenocarcinoma é um tipo de câncer que se origina em células glandulares — aquelas responsáveis pela produção e secreção de substâncias como muco, enzimas e hormônios. Esse tipo de tumor maligno pode acometer diferentes órgãos, como pulmões, mama, próstata, intestino, estômago e pâncreas. O diagnóstico precoce e o tratamento individualizado são fundamentais para melhorar as chances de cura e sobrevida.
O que é adenocarcinoma?
O adenocarcinoma é um subtipo de carcinoma — termo genérico que abrange todos os cânceres que se desenvolvem a partir de células epiteliais. Especificamente, o adenocarcinoma surge em células com função secretora, encontradas tanto em glândulas quanto em superfícies epiteliais com capacidade de secreção, como o revestimento do trato gastrointestinal ou do sistema respiratório.
A principal diferença entre carcinoma e adenocarcinoma está na origem celular: enquanto o carcinoma é um termo amplo, o adenocarcinoma indica que o tumor deriva de células glandulares epiteliais.
Quais são os principais tipos de adenocarcinoma?
- Colorretal: corresponde à maioria dos casos de câncer de intestino. Frequentemente se desenvolve a partir de pólipos adenomatosos, que podem sofrer transformação maligna ao longo do tempo.
- Próstata: mais de 95% dos cânceres de próstata são adenocarcinomas, geralmente de crescimento lento e com bom prognóstico em estágios iniciais.
- Mama: aproximadamente 70% dos tumores mamários são adenocarcinomas, incluindo os tipos ductal invasivo e lobular invasivo.
- Estômago: responsável por cerca de 90% dos cânceres gástricos, o adenocarcinoma gástrico pode ter subtipos histológicos distintos, com impacto no prognóstico.
- Pulmão: o adenocarcinoma pulmonar é o tipo mais comum de câncer de pulmão, e pode estar relacionado a alterações genéticas que podem ser tratadas com terapias-alvo.
Sintomas
Os sinais clínicos variam de acordo com a localização do tumor.
Adenocarcinoma colorretal
Sangue nas fezes, dor abdominal, perda de peso inexplicada e alterações nos hábitos intestinais (diarreia ou constipação).
Adenocarcinoma de próstata
Pode ser assintomático em estágios iniciais e detectado apenas por exames de rotina (como PSA e toque retal). Em fases mais avançadas, pode causar dificuldade para urinar, jato urinário fraco e dor óssea.
Adenocarcinoma de mama
Nódulo na mama, alterações na pele da mama (como enrugamento ou vermelhidão), secreção anormal nos mamilos, dor ou desconforto, e mudanças no formato ou tamanho da mama.
Adenocarcinoma gástrico
Desconforto ou dor no estômago, náuseas, perda de apetite, sensação de plenitude precoce e anemia.
Adenocarcinoma pulmonar
Tosse persistente, dor torácica, falta de ar, rouquidão e emagrecimento.
Diagnóstico
- Exames de imagem: incluem tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia e, no caso do intestino, colonoscopia.
- Biópsia: essencial para confirmar o diagnóstico, identificar o tipo histológico e avaliar o grau de diferenciação celular.
- Marcadores tumorais: como o PSA (antígeno prostático específico) no câncer de próstata ou o CEA no câncer colorretal.
Grau de diferenciação histológica
- Bem diferenciado: as células tumorais se assemelham às normais, com comportamento menos agressivo e maior chance de resposta ao tratamento.
- Pouco diferenciado: as células apresentam alterações morfológicas acentuadas e crescimento acelerado, com pior prognóstico.
Tratamento
As opções terapêuticas dependem do tipo de adenocarcinoma, da localização, do estagio e do perfil molecular do tumor.
- Cirurgia: indicada para tumores localizados, com possibilidade de remoção completa da lesão.
- Quimioterapia e radioterapia: podem ser usadas como tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia) combinadas, adjuvante (após a cirurgia) ou paliativo, dependendo do estágio da doença.
- Terapias-alvo: atuam sobre mutações ou proteínas específicas do tumor (como HER2, EGFR ou ALK).
- Imunoterapiai: indicada em alguns tipos de adenocarcinoma com biomarcadores como PD-L1 positivo ou instabilidade de microssatélites.
Prevenção e futuro
A prevenção do adenocarcinoma está intimamente relacionada à detecção precoce de lesões pré-cancerosas e à vigilância em populações de risco. Exames de rastreamento como mamografia, PSA, colonoscopia, tomografia de tórax e endoscopia digestiva alta são fundamentais para o diagnóstico precoce e para a redução da mortalidade associada a esses tumores.
Com os avanços da biologia molecular, tornou-se possível personalizar o tratamento oncológico, identificando mutações genéticas e alterações de expressão que orientam o uso de terapias-alvo e imunoterapias específicas, com maior eficácia e menos efeitos colaterais.
Além disso, pesquisas atuais estão focadas na descoberta de novos biomarcadores, no desenvolvimento de vacinas terapêuticas contra o câncer e em abordagens inovadoras para impedir a progressão e a recidiva dos adenocarcinomas.



