Ph-metria Esofágica Computadorizada com Dois Canais

A Ph-metria Esofágica Computadorizada com Dois Canais é o exame que mede de forma contínua o grau de acidez no esôfago durante um período de 24 a 96 horas. Pode ser realizada de três maneiras principais: com cateter transnasal, em que uma sonda fina é passada pelo nariz até o esôfago e permanece registrando os valores de pH; com a associação de impedância e pH, que além da acidez mede também refluxos não ácidos e de natureza gasosa; ou com cápsula sem fio, que é fixada à parede do esôfago e transmite os dados por radiotelemetria, dispensando a sonda externa.

O procedimento começa com a explicação ao paciente e, em muitos casos, com a realização prévia de manometria esofágica, que ajuda a localizar com precisão a posição do esfíncter esofágico inferior, local onde o sensor será colocado.

A Ph-metria Esofágica Computadorizada pode ser feita por sonda ou por cápsula. Um anestésico local pode ser aplicado na narina e o cateter é introduzido até o esôfago. Ele fica conectado física ou eletronicamente a um pequeno gravador / receptor preso ao corpo do paciente, que volta às suas atividades habituais.

Ao longo do período de registro, a pessoa deve anotar no diário os horários das refeições, do sono e de qualquer sintoma, para correlacionar com os episódios de refluxo.

A Ph-metria Esofágica Computadorizada é indicada principalmente para confirmar ou excluir o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico quando a endoscopia não traz evidências conclusivas. Serve também para correlacionar sintomas atípicos como tosse crônica, rouquidão e dor torácica não cardíaca com episódios de refluxo.

Além disso, ajuda a avaliar pacientes que não melhoram com uso de medicamentos como omeprazol, orientando a conduta terapêutica, e é considerada essencial antes de cirurgias antirrefluxo, porque documenta se realmente existe refluxo patológico.

A pHmetria geralmente não é considerada um exame doloroso, mas pode ser desconfortável. O paciente pode sentir incômodo no nariz e na garganta, como se tivesse um corpo estranho; muito raramente, é relatado desconforto torácico. É comum espirrar, lacrimejar e sentir pigarro ou leve dor de garganta nas horas seguintes, mas não se trata de dor intensa.

Durante o período de monitoramento, o paciente pode e deve manter a rotina normal, incluindo comer, deitar-se e realizar atividades cotidianas, pois o objetivo é medir a exposição ácida em condições reais. O que muda é a necessidade de registrar os sintomas e refeições no diário fornecido pela equipe. O incômodo maior ocorre com a presença da sonda, que pode causar sensação de corpo estranho, mas que geralmente é tolerada sem maiores problemas.