Cintilografia Renal Estática (Quantitativa ou Qualitativa)

A Cintilografia Renal Estática é um exame de imagem da medicina nuclear que avalia a estrutura e a função dos rins por meio da injeção de um radiofármaco, geralmente o DMSA, que se fixa temporariamente no tecido renal. Após a aplicação, uma câmera especial chamada gama câmara capta imagens detalhadas dos rins.

O exame pode ser realizado de forma qualitativa (análise visual da anatomia e captação) ou quantitativa (medição da função relativa de cada rim). É especialmente útil na investigação de alterações morfológicas, cicatrizes renais, malformações e em situações que envolvem doenças renais crônicas, infecções urinárias de repetição ou acompanhamento pós-transplante.

O exame começa com a aplicação de um radiofármaco por via intravenosa, geralmente o DMSA (ácido dimercaptosuccínico marcado com tecnécio-99m), que se concentra nos túbulos renais proximais. Após um tempo de espera, que varia de 1 a 3 horas para garantir boa fixação da substância nos rins, o paciente é posicionado em uma maca, sob a gama câmara.

Durante o procedimento, o paciente precisa permanecer o mais imóvel possível, pois qualquer movimentação pode prejudicar a qualidade das imagens. As imagens são obtidas em diferentes ângulos e duram entre 20 a 40 minutos.

Todo o processo é indolor, silencioso e sem necessidade de sedação, exceto em crianças muito pequenas, que às vezes precisam de sedação leve para garantir a imobilidade.

A cintilografia qualitativa observa principalmente aspectos anatômicos, como formato, presença de cicatrizes, localização e simetria dos rins. Já a versão quantitativa fornece dados numéricos que mostram a porcentagem de função renal de cada rim em relação ao total.

Por exemplo, pode revelar que o rim esquerdo contribui com 40% da função e o direito com 60%. Isso é crucial em casos de avaliação pré-operatória, monitoramento de doença renal unilateral ou transplantes.

A escolha entre uma ou outra dependerá do motivo clínico do exame e da solicitação médica.

Sim, a Cintilografia Renal Estática é considerada segura, inclusive em crianças. A dose de radiação utilizada é baixa e controlada, sendo inferior à de muitos exames radiológicos. O radiofármaco utilizado é rapidamente eliminado do organismo, principalmente pela urina. Reações alérgicas ao radiofármaco são extremamente raras.

Após o exame, é indicado beber bastante água para ajudar na eliminação da substância radioativa do corpo. Não há necessidade de repouso nem de afastamento das atividades normais, a menos que tenha sido utilizada sedação.

Sim, o exame é muito comum na faixa pediátrica, especialmente para investigar sequelas de infecções urinárias ou malformações do trato urinário. A cintilografia com DMSA é altamente sensível para detectar cicatrizes renais em crianças e pode ajudar a prevenir complicações futuras.

Em algumas situações, para garantir que a criança permaneça imóvel, pode ser utilizada uma sedação leve, sempre sob supervisão médica. O exame é bem tolerado e tem excelente segurança nessa faixa etária.

A Cintilografia Renal Estática pode detectar:

• cicatrizes renais;
• malformações congênitas, como duplicações pieloureterais ou rins ectópicos;
• assimetrias renais;
• disfunções parciais de um dos rins;
• e avaliar transplantes renais.

Também é útil no diagnóstico de nefropatias por refluxo, glomerulonefrites crônicas e sequelas de pielonefrite. Ou seja, em conjunto com exames clínicos e laboratoriais, ajuda o médico a tomar decisões terapêuticas mais precisas.

Sim. Na maioria dos casos, o paciente pode retomar suas atividades normais logo após o término do exame. A única recomendação importante é beber bastante água nas horas seguintes, para ajudar na eliminação do radiofármaco pela urina. Caso tenha sido usada sedação (em crianças, por exemplo), o retorno às atividades deve ser avaliado pelo médico responsável.