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Estudo liderado por pesquisadores do IDOR aponta que sequelas cardiovasculares persistem dois anos após a Covid-19 grave

Estudo liderado por pesquisadores do IDOR aponta que sequelas cardiovasculares persistem dois anos após a Covid-19 grave

Hiperatividade simpática e estresse oxidativo ajudam a explicar sintomas da Covid Longa 

Desde o início da pandemia de Covid-19, tem se observado que algumas pessoas infectadas desenvolvem sintomas que duram por semanas, meses ou até anos após a infecção inicial. Essa condição é conhecida como Covid Longa ou síndrome pós-Covid e já foi investigada por pesquisadores do IDOR que identificaram alterações cardiovasculares como hiperatividade simpática, disfunção vascular e redução da capacidade aeróbica 3 meses após a hospitalização desses pacientes.

Levando isso em consideração, tornou-se essencial avaliar a persistência dessas sequelas a longo prazo. Os cientistas do IDOR, em colaboração com instituições nacionais e internacionais, coordenaram um estudo para avaliar se essas alterações permaneceram, mesmo 2 anos após a infecção por SARS-CoV-2. Além disso, buscaram entender também qual o papel de marcadores como angiotensina II, vesículas extracelulares derivadas de células endoteliais e o estresse oxidativo. Os resultados foram publicados na revista American Journal of Physiology-Regulatory, Integrative and Comparative Physiology e foi reconhecido pela American Physiological Society como melhor estudo publicado em julho de 2025. 

O sistema nervoso simpático é responsável por regular a pressão arterial e a frequência cardíaca, e sua ação nos músculos da parede dos vasos sanguíneos impactam a irrigação dos diferentes tecidos do nosso corpo. As vesículas extracelulares são pequenas partículas liberadas pelas células que carregam sinais químicos e ajudam na comunicação celular de diferentes partes do corpo. O estresse oxidativo ocorre quando há um excesso de radicais livres no organismo, moléculas instáveis que podem danificar células e tecidos. No contexto da Covid Longa, compreender como esses fatores se relacionam é essencial para entender por que muitos pacientes continuam enfrentando sintomas mesmo anos após a infecção inicial. 

A pesquisa avaliou 18 pacientes com Covid Longa que haviam apresentado quadros graves da doença e 19 indivíduos controle, pareados por idade, sexo e comorbidades.  

Alterações persistentes na função cardíaca e vascular 

O estudo demonstrou que pacientes com Covid Longa apresentavam hiperatividade neural simpática, medida diretamente pela atividade nervosa simpática muscular (MSNA). Inicialmente os pesquisadores pensaram que o aumento dessa atividade pudesse ser mediado pelos níveis circulantes de angiotensina II, no entanto os resultados não mostraram diferenças significativas entre pacientes e o grupo controle, indicando que outros mecanismos, como o aumento do estresse oxidativo sistêmico, poderiam estar envolvidos. 

Além disso, a função endotelial dependente do fluxo encontrava-se prejudicada nos pacientes, constatando uma disfunção vascular relevante. Os autores sugerem que pode haver um desequilíbrio entre forças vasodilatadoras e vasoconstritoras, amplificado pela hiperatividade simpática, pelo estresse oxidativo e pelo aumento de vesículas extracelulares derivadas de células endoteliais, estas, aliás, foram identificadas em níveis mais elevados nos pacientes. Essas vesículas são consideradas marcadores de ativação ou lesão endotelial e podem contribuir para perpetuar o estado de disfunção vascular. 

Outro achado pertinente foi o aumento da rigidez arterial aórtica, medida pela velocidade de onda de pulso carotídeo-femoral, compatível com a hiperatividade simpática e com o estresse oxidativo. Essa rigidez acentuada pode ocorrer devido a alterações estruturais dos vasos sanguíneos, incluindo degradação de elastina e aumento da deposição de colágeno, processos mediados pela ativação de metaloproteinases induzida pela infecção viral. 

Capacidade de exercício reduzida mesmo após esforço máximo 

Para avaliar a capacidade física, os pesquisadores realizaram um teste de esforço com bicicleta ergométrica. Durante o exercício, os pacientes foram monitorados com equipamentos que medem a respiração e a frequência cardíaca, permitindo calcular o consumo máximo de oxigênio (VO2 pico), um dos principais indicadores da saúde do coração e dos pulmões. Apesar de terem completado o teste até o limite do esforço, os pacientes com Covid Longa apresentaram um desempenho inferior ao grupo saudável, indicando uma redução relevante na capacidade de realizar atividades físicas intensas, mesmo dois anos após a infecção.

Os pesquisadores avaliaram ainda o perfil de estresse oxidativo dos pacientes com Covid Longa que revelou níveis aumentados de proteínas alteradas devido à  carbonilação, indicativos de dano oxidativo, acompanhados por uma redução significativa na atividade de enzimas antioxidantes. Esse desequilíbrio estaria contribuindo para a manutenção da hiperatividade simpática, rigidez arterial, disfunção endotelial e o comprometimento cardiovascular em geral. 

Diante da persistência das alterações cardiovasculares na Covid Longa, os autores reforçam a necessidade do desenvolvimento de estratégias terapêuticas capazes de atenuar ou reverter essas sequelas. Dentre as possibilidades, o treinamento de força muscular inspiratória tem se destacado por melhorar a função endotelial, reduzir a hiperatividade simpática e aumentar a tolerância ao exercício. O grupo de pesquisa do IDOR já iniciou um ensaio clínico randomizado para avaliar a eficácia dessa abordagem nesses pacientes. 

O estudo reitera a importância do acompanhamento a longo prazo dos pacientes que tiveram Covid-19 grave e amplia a compreensão sobre as manifestações persistentes da síndrome pós-Covid, contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos que busquem restaurar a saúde cardiovascular dessas pessoas. 

Escrito por Manuelly Gomes
Revisado por Claudio Ferrari
Ilustrações: Storyset

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