O que é Acalasia ou Megaesôfago?
A Acalasia, também conhecida como megaesôfago, é uma doença rara que afeta o esôfago — o tubo muscular responsável por levar os alimentos da boca até o estômago. Nessa condição, os músculos do esôfago perdem gradualmente a capacidade de se contrair adequadamente de forma coordenada, e o esfíncter esofágico inferior (válvula que se abre para o estômago) não relaxa como deveria. Como resultado, os alimentos e líquidos têm dificuldade para chegar ao estômago, podendo se acumular no esôfago e causar dilatação — daí o termo “Megaesôfago“.
Quais são as causas?
A causa exata da acalasia ainda não é totalmente compreendida. Acredita-se que esteja relacionada à destruição progressiva de nervos específicos na parede do esôfago (plexos mioentéricos de Auerbach). Fatores genéticos, autoimunes ou até mesmo infecciosos (como a doença de Chagas em alguns países da América Latina, incluindo as áreas endêmicas) podem estar envolvidos.
Existem duas formas principais:
Acalasia primária (idiopática): sem causa conhecida.
- Denervação do esófago: A principal causa é a perda de células nervosas (denervação) que controlam as contrações rítmicas do esófago.
- Doença autoimune: Suspeita-se de um processo autoimune em indivíduos com predisposição genética.
- Infecções virais: Infeções virais são outra causa considerada na acalasia primária.
- Genética: Muito raramente, a acalasia pode ter uma causa genética.
Acalasia secundária: pode ocorrer como consequência de outras doenças, como a própria doença de Chagas ou doenças genéticas.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da acalasia se desenvolvem de forma gradual e podem incluir:
- Dificuldade para engolir (disfagia), tanto para sólidos quanto líquidos
- Regurgitação de alimentos não digeridos
- Dor torácica, especialmente após as refeições
- Perda de peso involuntária
- Azia e sensação de que a comida “fica parada” na garganta ou no peito
- Tosse noturna ou engasgos frequentes
Esses sintomas podem impactar significativamente a qualidade de vida e devem ser avaliados por um especialista.
Como faz o diagnóstico?
O diagnóstico da acalasia envolve uma combinação de exames clínicos e complementares. Os mais comuns incluem:
- Endoscopia digestiva alta (EDA): permite visualizar o esôfago por dentro e descartar outras causas de obstrução;
- Rx contrastado EED (ou videoesofagograma): é um exame de imagem que avalia o trajeto e o funcionamento do esôfago, estômago e duodeno. Ele é feito ingerindo contraste pela boca ao mesmo tempo que as imagens da descida do líquido são registradas pela máquina. Ele serve tento para diagnóstico quanto para acompanhamento do tratamento;
- Manometria esofágica: é um exame que avalia a força e a coordenação dos músculos do esôfago durante a deglutição. É essencial no diagnóstico de distúrbios motores do esofágico, como acalasia, espasmo difuso e outras alterações no esôfago.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Embora não exista uma cura definitiva, há diversas opções de tratamento que visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As principais abordagens incluem:
- Dilatação pneumática: um balão é inserido e inflado no esfíncter esofágico inferior para forçar sua abertura o que resulta no afrouxamento das fibras musculares do esôfago. Seu efeito pode ser temporário e somente alguns casos iniciais a melhora podem ser mais duradouros;
- Toxina botulínica (Botox): injeções no esfíncter inferior para promover relaxamento temporário até que o efeito do medicamento acabe;
- Medicações: como nitratos ou bloqueadores dos canais de cálcio, com resultados limitados e pouco utilizados atualmente na prática clínica;
- Cirurgia (Cardiomiotomia ou esofagectomia): A cardiomiotomia costuma ser o tratamento cirúrgico padrão para os casos iniciais e não-avançados e consiste em promover a separação das fibras musculares do esfíncter inferior promovendo a melhor passagem dos alimentos.
A Esofagectomia, que consiste na retirada quase total do esôfago, fica reservada como opção para os casos avançados, principalmente onde quase não se possua mais contração do órgão e seu funcionamento mínimo;
- POEM (Miotomia Endoscópica Peroral): técnica minimamente invasiva, realizada por endoscopia, com resultados em relação ao controle da dificuldade para engolir semelhante à cirurgia, porém indicada em algumas situações específicas devido à possibilidade de difícil controle de refluxo no seu seguimento.
A escolha do tratamento depende da idade do paciente, condição clínica e gravidade dos sintomas, e resultados dos exames.
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