Divertículo de zenker

O Divertículo de Zenker é uma condição rara que afeta a parte superior do esôfago, especificamente na junção entre a faringe e o esôfago. Trata-se de uma espécie de “bolsa” ou “saco” que se forma na parede posterior do esôfago, causando acúmulo de alimentos e secreções. Essa formação anormal ocorre em uma área de fraqueza natural da musculatura esofágica e pode provocar sintomas desconfortáveis, especialmente relacionados à deglutição.

O Divertículo de Zenker está relacionado a um distúrbio na coordenação dos músculos envolvidos na deglutição. Quando o músculo cricofaríngeo (um dos músculos do esfíncter superior do esôfago) não relaxa adequadamente durante a deglutição, a pressão aumenta na parte superior do esôfago. Essa pressão pode causar uma herniação da mucosa esofágica por uma área de fraqueza na parede posterior, formando o divertículo.

Fatores de risco incluem:

• Idade avançada (mais comum em pacientes acima dos 60 anos)
• Distúrbios motores do esôfago
• Histórico de refluxo ou outras alterações esofágicas

Os sintomas do Divertículo de Zenker se desenvolvem de forma progressiva e podem variar de pessoa para pessoa. Os mais comuns incluem:

• Dificuldade para engolir (disfagia), especialmente sólidos
• Regurgitação de alimentos não digeridos, horas após as refeições
• Mau hálito persistente (halitose), devido ao acúmulo de resíduos alimentares
• Tosse crônica ou engasgos frequentes, especialmente ao se deitar
• Sensação de corpo estranho ou “bolo” na garganta
• Perda de peso involuntária em casos mais avançados

Em alguns casos, o paciente também pode apresentar episódios de pneumonia por aspiração, quando o conteúdo do divertículo vai para os pulmões.

O diagnóstico do Divertículo de Zenker é feito por meio de avaliação clínica e exames de imagem específicos:

• Endoscopia digestiva alta (EDA): permite visualizar diretamente a bolsa diverticular a depender do tamanho do orifício. Importante lembra que também o exame, neste caso, pode descartar outros diagnósticos que também causam os mesmos sintomas;
• Rx contrastado EED (ou videoesofagograma): é o principal exame para identificar o divertículo, mostrando claramente sua localização e tamanho. Principalmente nos casos onde o orifício do divertículo na parede do esôfago seja pequeno;

Esses exames ajudam a diferenciar o Divertículo de Zenker de outras causas de disfagia e orientar o tratamento mais adequado.

O tratamento do Divertículo de Zenker depende da gravidade dos sintomas, do tamanho do divertículo e das condições clínicas do paciente. As principais opções incluem:

• Tratamento cirúrgico convencional: consiste na remoção do divertículo (diverticulectomia) e correção do distúrbio muscular associado (miotomia do músculo cricofaríngeo).
• Tratamento endoscópico (Diverticulotomia endoscópica): técnica minimamente invasiva realizada por endoscopia, que corta a parede entre o esôfago e o divertículo, permitindo que os alimentos passem livremente.
• Tratamento conservador: em casos leves, sem sintomas significativos, pode-se apenas observar e monitorar o quadro.

A escolha do tratamento é individualizada e deve ser feita por um cirurgião especializado em doenças do esôfago.

Se você tem apresentado dificuldade para engolir, regurgitação frequente ou outros sintomas compatíveis com o Divertículo de Zenker, é fundamental procurar atendimento médico especializado.

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