Uma das reações que o coronavírus pode causar no organismo é o desequilíbrio da coagulação sanguínea. Esse desarranjo é chamado de complicação trombótica. O problema ocorre quando um coágulo interrompe a circulação do sangue. Embora o cérebro seja raramente atingido pela trombose, médicos recomendam que pessoas com propensão a desenvolverem doenças vasculares dobrem os cuidados de prevenção contra o novo vírus e de controle da doença, se infectadas. De maneira geral, os grupos mais vulneráveis são obesos, diabéticos, hipertensos e tabagistas. De acordo com a cardiologista da Rede D’Or, Ludhmila Hajjar, há menos de 60 episódios de trombose cerebral diagnosticados no mundo relacionados à COVID-19. Ainda assim, como esse tipo de incidente implica um quadro muito grave, especialistas alertam para que se busque auxílio médico imediato em casos de dor de cabeça aguda, que pode vir acompanhada de alteração de consciência, comprometimento da fala e convulsão. Pedro Kurtz, neurointensivista da Rede D’Or, explica que as pernas e os pulmões são os mais frequentemente acometidos por trombose ocasionada pela COVID-19. Nos membros inferiores, alguns dos sinais que merecem atenção são inchaço das pernas e extremidades arroxeadas; falta de ar e queda na oxigenação do sangue apontam para comprometimento do pulmão. “Se ocorrerem sinais ou sintomas em pacientes com COVID-19 que possam indicar trombose, ou seja, anormalidade no fluxo sanguíneo, deve-se procurar o hospital rapidamente para realizar exames diagnósticos”, diz o médico. A medicação costuma ser à base de anticoagulantes. Quanto antes ocorrer a busca por atendimento e tratamento, melhores as chances de recuperação.