Reunimos 10 hábitos saudáveis para controlar a pressão alta e informações valiosas sobre o assunto. Confira.
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Pressão é a “força” com a qual o sangue circula dentro dos vasos sanguíneos (artérias e veias). Essa pressão depende de vários fatores, como força e velocidade de contração do coração, quantidade de sangue circulante e elasticidade das paredes dos nossos vasos, em especial das artérias. Ela é comumente medida no braço, e seu valor normal é 120 x 80 mmHg, o comumente chamado “12 por 8”. A hipertensão arterial ou pressão alta se caracteriza quando esta “força”, esta pressão, está aumentada, o que pode causar danos na estrutura dos vasos sanguíneos, com prejuízos a todo organismo. Os órgãos que mais recebem sangue, como coração, cérebro e rins, são os mais afetados. Considera-se hipertensa a pessoa que tem constantemente a pressão igual ou superior a 140 x 90 mmHg, ou “14 por 9”.
A pressão muito elevada pode acarretar riscos à saúde como acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, perda da visão, redução da função dos rins, entre outras.
Um grande problema é que a pressão pode estar alta e a pessoa muitas vezes não apresentar sintomas. Por isso, é importante a medida da pressão em toda consulta médica, assim como a realização de consultas de check-up no mínimo anuais a partir da idade adulta.
Além de descobrir as causas, os riscos e como prevenir a pressão alta, neste artigo, reunimos 10 hábitos saudáveis que vão ajudá-lo a manter sua pressão sob controle. Confira!
De acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 580 milhões de pessoas entre 30 e 79 anos de idade no mundo têm hipertensão e não sabem.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, essa doença crônica atinge mais de 38 milhões de pessoas. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério mostram que entre 2010 e 2020 foram registradas 551 mil mortes por doenças hipertensivas!
Para a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a doença é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, aquela que necessita de diálise.
Essas graves consequências poderiam ser evitadas se os hipertensos tivessem o diagnóstico da sua condição mais cedo, e se realizassem o tratamento adequado para o controle da pressão.
De acordo com o cardiologista Dr. Thiago Líbano, coordenador da Cardiologia D’Or – Regional do ABC paulista, a oscilação da pressão arterial entre níveis altos e baixos também deve ser um ponto de atenção. “Essa oscilação pode indicar um descontrole da pressão arterial e aumentar o risco de complicações de saúde”.
Vários fatores podem causar esse descontrole, tais como:
A hipertensão arterial pode causar:
Com o sangue circulando com uma pressão elevada, os vasos sanguíneos se tornam endurecidos; há, ainda, desenvolvimento das placas de gordura, a aterosclerose, que causa obstrução à passagem do sangue. Com o tempo, o paciente pode apresentar arritmias, insuficiência cardíaca (falta de força do coração) e doença arterial coronariana (angina e infarto).
No cérebro, a lesão dos vasos pode provocar obstrução, com isquemia, ou o rompimento, com hemorragia. Em ambos os casos, há o chamado derrame, ou acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é o principal fator de risco tanto para o AVC isquêmico como o hemorrágico.
Os vasos de todo o organismo se tornam rígidos com a pressão arterial elevada, inclusive os dos rins, o que pode causar insuficiência renal (perda da função dos rins). O paciente passa a reter líquido e toxinas, como a ureia. Além disso, há redução na produção do hormônio que estimula os glóbulos vermelhos do sangue e também na produção de vitamina D. Com o passar do tempo, a produção de urina reduz, e no final o paciente tem necessidade de realizar diálise.
A pressão arterial elevada pode causar danos também aos vasos sanguíneos dos olhos, resultando em consequências severas à saúde visual, como descolamento de retina, catarata e até glaucoma, resultando na perda de visão.
A doença arterial periférica é decorrente do bloqueio das artérias que fornecem sangue aos membros inferiores. Segundo o cardiologista, a pressão arterial elevada pode levar ao estreitamento dos vasos sanguíneos nas pernas e nos pés, causando dor, formigamento e problemas de circulação. Se não for tratado a tempo, pode haver necrose (gangrena), risco de infecções e amputação.
Um estudo americano apontou que a hipertensão está associada a volumes cerebrais menores e a um risco aumentado de demência – o cérebro envelhece mais cedo e mais rápido do que em pessoas com pressão normal. O médico destaca que a hipertensão pode ainda gerar comprometimento cognitivo, que é a perda de memória e do raciocínio com a idade.
A pressão arterial elevada durante a gravidez pode causar danos à saúde do bebê, aumentando o risco de descolamento precoce da placenta, comprometendo o crescimento do feto e risco maior de parto prematuro e morte fetal. Quando a gestante hipertensa não é tratada adequadamente, a hipertensão pode evoluir para a pré-eclâmpsia ou ainda para a eclampsia, colocando em risco a vida da mãe e do bebê.
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De acordo com o médico, quando os episódios de estresse ocorrem frequentemente ou continuamente, os fatores emocionais afetam diretamente a pressão arterial. “O estresse emocional pode aumentar a pressão arterial temporariamente, mas também pode desencadear outros fatores de risco para a hipertensão arterial.”
Entenda como os fatores emocionais podem aumentar a pressão arterial:
Segundo o especialista, a ansiedade pode desencadear a liberação de hormônios do estresse, como a adrenalina, que aumentam a pressão arterial.
O estresse crônico pode levar a alterações na regulação da pressão arterial e aumentar o risco de hipertensão arterial.
A depressão diminui a imunidade e inflama os vasos aumentando o risco de hipertensão arterial e outros problemas de saúde.
A falta de sono adequado pode levar ao estresse e desequilibrar os hormônios do corpo, aumentando a pressão arterial.
A falta de conexão social pode contribuir para o estresse emocional, aumentando a pressão arterial.
Uma alimentação inadequada, com excesso de sal e calorias, pode influenciar no excesso de peso, causar obesidade e aumentar as chances de elevação da pressão arterial. “Uma dieta rica em sódio pode aumentar a pressão arterial, enquanto uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e laticínios com baixo teor de gordura pode ajudar a diminuir a pressão arterial”, destaca o médico.
O cardiologista aponta ainda que o sedentarismo e a falta de atividade física também podem aumentar a pressão arterial. “O consumo excessivo de álcool, o tabagismo, o estresse e até mesmo a idade e fatores genéticos podem aumentar o risco de a pessoa desenvolver hipertensão”, sinaliza Dr. Líbano.
O uso de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios não esteroides e esteroides, também pode aumentar a pressão arterial, assim como os distúrbios do sono, como apneia do sono.
“Na maioria dos casos, a hipertensão arterial não causa sintomas evidentes, o que é um dos motivos pelos quais ela é conhecida como ‘doença silenciosa’”, define o médico. No entanto, alguns pacientes podem experimentar sintomas leves ou inespecíficos, como:
Segundo o cardiologista, esses sintomas são frequentemente vagos e podem ser confundidos com outros problemas de saúde. Por isso, ele alerta que a melhor maneira de diagnosticar a hipertensão é através da medição regular da pressão arterial.
“As pessoas devem monitorar a pressão arterial regularmente, especialmente se tiverem histórico familiar de hipertensão ou se houver outros fatores de risco presentes”, complementa.
Nossos hábitos influenciam diretamente na nossa qualidade de vida. Com a adoção de práticas saudáveis e algumas mudanças no estilo de vida é possível levar uma vida mais tranquila sem as surpresas e malefícios que uma doença não diagnosticada pode trazer.
Entre os hábitos mais indicados pelos cardiologistas para controle da pressão arterial estão:
Prevenir a hipertensão começa por uma dieta balanceada. “Busque adotar uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais e alimentos com baixo teor de gordura”, orienta o médico.
O consumo excessivo de sal impacta na pressão arterial. Também é necessário evitar produtos em conserva, comidas prontas, embutidos e salgadinhos, por exemplo, que possuem alto teor de sódio.
Beber água ajuda a controlar a pressão alta. Não há um valor universal, pois depende do peso corporal. Em geral, a urina clara é um bom parâmetro da ingestão adequada de água.
A prática regular de atividades físicas auxilia na melhoria do desempenho do coração e da circulação do sangue, impedindo a elevação da pressão. São recomendados 150 min de atividade física moderada por semana (ou 75 min de atividade vigorosa), distribuídos em no mínimo 3 sessões semanais, sem passar mais do que 2 dias inativos.
A obesidade afeta no acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos, facilitando o aumento da pressão arterial, por esse motivo é importante controlar o peso corporal. O ideal é mantermos o índice de massa corporal (relação entre peso e altura) normal, porém sabemos que a perda de 5 a 10 kg de peso já é suficiente para trazer benefícios ao coração!
O consumo excessivo de bebida alcoólica eleva a pressão arterial, pois o álcool ajuda a enrijecer as paredes das artérias. A partir de 30g de álcool por dia em homens, e 15g em mulheres, já há diversos malefícios à saúde! Para se ter uma ideia, 30g de álcool estão presentes em uma garrafa (650 ml) de cerveja tradicional ou em 150 ml (uma taça) de vinho tinto.
“O estresse crônico pode levar a um aumento na pressão arterial, portanto, é importante encontrar maneiras de gerenciar o estresse, como meditação, ioga, terapia ou outras técnicas de relaxamento”, diz o cardiologista. Quando isso não é suficiente, recomenda-se a procura por um especialista, psicólogo e/ou psiquiatra, para tratamento.
A vitamina D apresenta diversas funções para o organismo. A deficiência dessa vitamina é um fator de risco para a hipertensão arterial, pois há o aumento do hormônio paratireóideo, que eleva a pressão. Contudo, é importante estar atento também à saúde da pele. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta a exposição solar segura para produção de vitamina D como sendo antes das 10h e depois das 16h.
A qualidade do sono afeta diretamente a pressão arterial, pois, ao se dormir mal, há queda na produção de hormônios que controlam nossa pressão. Em média, um adulto precisa dormir entre 7 e 9 horas por dia.
Visitar regularmente um cardiologista e monitorar a pressão arterial constantemente auxiliam no diagnóstico precoce e início do tratamento. O check-up com cardiologista é recomendado anualmente para todas as pessoas com mais de 40 anos. Além disso, a partir da idade adulta, todos devemos medir a pressão e conferir os níveis de glicose e lipídeos ao menos uma vez por ano.
A hipertensão arterial é uma condição crônica que geralmente requer tratamento ao longo da vida. “Atualmente, não existe uma cura conhecida, mas é possível controlar a condição com medidas de estilo de vida saudáveis e, em alguns casos, medicação”, afirma o médico.
O controle da pressão alta é possível com o auxílio de um médico cardiologista. Conte com os especialistas da Rede D’Or presentes em 6 estados do Brasil e no Distrito Federal. Agende sua consulta.
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