Palpitação cardíaca: será grave? Entenda sintomas e quando procurar ajuda
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Sentir o coração acelerado, batendo mais forte ou “falhando” é uma experiência comum. Essas sensações são conhecidas como palpitações cardíacas e podem acontecer em momentos de ansiedade, estresse, esforço físico, ou até mesmo sem motivo aparente.
Algumas vezes, a palpitação no coração não é grave e está ligada a fatores do dia a dia, como consumo excessivo de cafeína, falta de sono ou emoções intensas. Porém, quando esse sintoma é frequente, dura vários minutos ou vem acompanhado de falta de ar, dor no peito, tontura ou desmaio, pode ser sinal de um problema cardíaco, como arritmia.
Mas, afinal, o que causa palpitação? Quando ela pode ser perigosa? E quando é o momento de procurar um cardiologista? Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas.
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O que é palpitação?
A palpitação é a percepção consciente dos batimentos cardíacos. Em condições normais, o coração bate de forma regular e sem que a pessoa perceba. No entanto, quando o ritmo muda ficando mais rápido, mais forte ou irregular, essa sensação pode se tornar perceptível.
Eletrofisiologista e responsável pelo setor de arritmias e estimulação cardíaca do Hospital São Luiz Jabaquara (SP), Dr. Bruno Valdigem destaca que é muito importante entender palpitações como se fossem um aviso de que há algo de errado na parte cardíaca.
As palpitações podem se manifestar como:
- Batimentos rápidos ou acelerados (taquicardia);
- Batimentos mais lentos (bradicardia);
- Batimentos que parecem “falhar” ou “pular”;
- Sensação de vibração ou tremor no peito.
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Causas comuns de palpitação
Na maioria dos casos, a palpitação não está relacionada a uma doença do coração. Ela pode ser provocada por situações cotidianas, como:
- Estresse e ansiedade;
- Falta de sono;
- Consumo excessivo de cafeína, nicotina ou álcool;
- Uso de energéticos ou medicamentos estimulantes;
- Mudanças hormonais, como na TPM, gravidez ou menopausa;
- Hipoglicemia (queda do açúcar no sangue);
- Desidratação ou desequilíbrios eletrolíticos.
Quando há uma causa emocional, as palpitações costumam vir acompanhadas de sintomas como sudorese, tremores e sensação de falta de ar, mas geralmente passam com o relaxamento e o controle da respiração.
“Não é raro que as pessoas com algum problema cardíaco comecem a sentir algo que não dor que pode ser causado por arritmias, obstrução do fluxo, desmaios que são precedidos pela palpitação. A palpitação nunca é normal, ela pode ser sentida em qualquer momento”, ressalta.
A palpitação é geralmente causada por arritmias, mas também pode estar relacionada a outros fatores, como pressão alta descontrolada, refluxo gástrico, ansiedade, entre outros. O consumo de cafeína ou cigarro pode aumentar um pouco a frequência cardíaca, embora isso seja menos comum do que se imagina.
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Quando a palpitação pode indicar um problema cardíaco
Em alguns casos, as palpitações podem ser sinal de alterações no ritmo do coração (arritmias cardíacas). Essas condições surgem quando há um distúrbio na condução elétrica que controla os batimentos cardíacos.
É importante ficar atento quando a palpitação vem acompanhada de:
- Tontura ou desmaio;
- Falta de ar;
- Dor ou aperto no peito;
- Cansaço excessivo;
- Batimentos muito rápidos ou irregulares que não passam rapidamente.
Esses sinais podem indicar arritmias potencialmente graves, insuficiência cardíaca ou até infarto, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, pressão alta, diabetes ou colesterol elevado.
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“Quando a pessoa tem desmaio, tontura, dor no peito, falta de ar ou sensação de fraqueza importante, como se fosse numa pressão baixa, a palpitação se torna uma emergência,” destaca Dr. Bruno Valdigem.
Quem já tem alguma doença do coração precisa ficar atento para identificar se está surgindo uma nova condição cardíaca ou se a existente está se agravando. Nesse contexto, a palpitação pode ser um sinal desse agravamento. Tratar apenas a palpitação é menos importante do que entender sua causa.
De acordo com o eletrofisiologista, o mais importante é descobrir o que está provocando os sintomas, e não apenas saber se o coração está batendo rápido, devagar ou de forma irregular. Para isso, todos os exames que registram o ritmo cardíaco são úteis.
“Por exemplo, se você me perguntasse: ‘É importante tratar febre?’ Sim, porque febre faz mal. Mas mais importante ainda é saber por que essa pessoa tá com febre. E aí você vai ter essa resposta de como é importante tratar a palpitação. E a palpitação seria uma febre do coração”, detalha.
Diagnóstico e exames indicados para palpitação
O diagnóstico das palpitações começa com uma avaliação clínica detalhada. O cardiologista investiga o histórico do paciente, os sintomas e os possíveis fatores desencadeantes.
Alguns exames que podem ser solicitados incluem:
- Eletrocardiograma (ECG) – registra a atividade elétrica do coração;
- Holter 24h ou 48h – monitora o ritmo cardíaco ao longo do dia;
- Monitor de eventos – indicado para palpitações esporádicas;
- Ecocardiograma – avalia a estrutura e o funcionamento do coração;
- Teste de esteira – analisa a resposta do coração ao esforço físico.
- Exames laboratoriais, como dosagem de hormônios da tireoide, glicemia e eletrólitos.
Com base nos resultados, o médico identifica se a palpitação é benigna ou se está relacionada a alguma doença cardíaca que precise de tratamento.
“Até aqueles registros de relógio, como Apple Watch, Samsung Watch, conseguem gerar a informação que a gente pode usar para dizer se o ritmo da pessoa está normal ou alterado”, complementa Dr. Valdigem.
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Como prevenir palpitações e manter o coração saudável
Manter hábitos saudáveis é a melhor forma de proteger o coração e evitar que palpitações se tornem um sinal de alerta. Algumas mudanças simples no dia a dia ajudam a manter o coração equilibrado:
- Faça check-ups cardiológicos regulares;
- Pratique exercícios físicos de forma orientada;
- Tenha uma alimentação equilibrada e pobre em ultraprocessados;
- Evite o excesso de cafeína, álcool e cigarro;
- Gerencie o estresse com técnicas de respiração ou meditação;
- Durma bem e respeite o descanso do corpo.
Manter o coração saudável vai além de controlar os sintomas, é muito importante também compreender o que seu corpo está sinalizando.
Se você tem sentido palpitações frequentes, acompanhadas de tontura, falta de ar ou dor no peito, não deixe para depois. Agende uma consulta com um cardiologista D’Or e tenha uma avaliação completa, identificando a causa das palpitações e garantindo os cuidados certos para o seu coração.