O exame anti-gliadina IgM é um teste laboratorial que detecta a presença de anticorpos da classe IgM contra a gliadina, uma fração da proteína do glúten presente no trigo, cevada e centeio. Ele é utilizado como parte da investigação de distúrbios relacionados ao glúten, especialmente na triagem para doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaca. A classe IgM representa uma resposta imunológica mais precoce e pode indicar exposição recente ao glúten ou resposta imune ativa, principalmente em indivíduos ainda não diagnosticados ou que não seguem dieta isenta de glúten.

Este exame é útil na avaliação de pacientes com sintomas gastrointestinais sugestivos de intolerância ao glúten, como diarreia crônica, distensão abdominal, perda de peso, dor abdominal, e em alguns casos, manifestações extraintestinais como fadiga, irritabilidade ou dermatite herpetiforme.

Também pode ser solicitado como parte de uma investigação inicial de doença celíaca, especialmente quando há suspeita em fases precoces ou em pacientes com resposta imune ativa. No entanto, o anti-gliadina IgM não é considerado o exame mais específico para diagnóstico definitivo da doença celíaca, sendo mais confiável em conjunto com outros marcadores, como anti-gliadina IgA, anti-endomísio e anti-transglutaminase tecidual.

O exame é feito a partir de uma simples coleta de sangue. O soro obtido é analisado em laboratório por meio de técnicas imunológicas que identificam se há anticorpos IgM específicos contra a gliadina. O resultado pode ser quantitativo (medido em unidades por mililitro) ou qualitativo (positivo ou negativo), a depender do laboratório. A presença desses anticorpos sugere uma resposta imune ativa contra o glúten, mas não é suficiente, isoladamente, para diagnosticar a doença celíaca.

O anti-gliadina IgM é indicado para pessoas com suspeita clínica de doença celíaca, intolerância ou sensibilidade ao glúten, especialmente na fase inicial da investigação. Pode ser solicitado em crianças pequenas, nas quais outros marcadores ainda não se apresentaram positivos, ou em pacientes imunossuprimidos que apresentem resposta sorológica alterada. Também pode ser útil quando há sintomas relacionados à ingestão de glúten, mas os principais exames celíacos são inconclusivos.

Um resultado positivo pode indicar que o organismo está produzindo anticorpos contra a gliadina, sugerindo uma possível reação imunológica ao glúten. No entanto, esse resultado deve ser interpretado com cautela, pois não é específico e pode ser positivo para outras condições inflamatórias ou autoimunes, especialmente em crianças pequenas e idosos.

Já um resultado negativo torna menos provável a presença de doença celíaca ativa no momento, mas não a descarta totalmente. A interpretação clínica deve sempre considerar os sintomas, histórico familiar, dieta atual e exames complementares.

Embora útil como exame de triagem, o anti-gliadina IgM não é o mais confiável ou específico para confirmar a doença celíaca. Atualmente, os testes mais precisos são os anticorpos anti-transglutaminase IgA e anti-endomísio IgA. Por isso, o anti-gliadina IgM é geralmente usado como parte de um painel de exames.

A única parte invasiva do exame é a coleta de sangue, que é rápida e normalmente bem tolerada. Pode haver um leve desconforto na punção, mas não há riscos adicionais nem exposição a substâncias alérgicas ou reações adversas.

Pessoas com sintomas gastrointestinais persistentes, suspeita de intolerância ao glúten, histórico familiar de doença celíaca, anemia por deficiência de ferro sem causa aparente, osteopenia precoce ou doenças autoimunes associadas (como diabetes tipo 1 ou tireoidite autoimune). Também pode ser útil em crianças com baixa estatura sem causa definida ou que apresentem alterações no crescimento e desenvolvimento.