É um teste imunológico que mede a concentração sérica de imunoglobulina E (IgE) específica contra antígenos da pimenta malagueta (Capsicum frutescens). Utiliza técnicas como imunofluorescência ou ensaios imunoenzimáticos (ImmunoCAP), capazes de identificar sensibilização alérgica mesmo em níveis baixos. O exame integra o painel de investigação de alergias alimentares e deve ser interpretado em conjunto com a história clínica e, quando indicado, testes de provocação oral.

Serve para confirmar ou excluir a sensibilização à pimenta malagueta em pacientes que apresentam sintomas alérgicos após a ingestão ou contato com o alimento. Também auxilia na estratificação de risco de reações sistêmicas, no acompanhamento de terapias de dessensibilização e na orientação dietética de pacientes com alergias múltiplas.

O exame é realizado a partir de coleta de sangue venoso. O soro é analisado em sistemas automatizados de imunofluorescência ou quimioluminescência, que detectam e quantificam anticorpos IgE específicos contra proteínas alergênicas presentes na pimenta malagueta. O processo é altamente sensível e padronizado, reduzindo riscos de falsos negativos ou positivos relacionados a interferências laboratoriais.

É solicitado quando há suspeita clínica de alergia alimentar, especialmente em pacientes que relatam sintomas como prurido orofaríngeo, urticária, angioedema, sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia) ou manifestações respiratórias (tosse, chiado, dispneia) após ingestão de pimenta malagueta. Também pode ser indicado em casos de anafilaxia idiopática suspeita de origem alimentar.

O exame auxilia no diagnóstico de alergia alimentar mediada por IgE à pimenta malagueta. Contribui ainda para diferenciar alergias verdadeiras de intolerâncias não alérgicas (como irritação gástrica pelo consumo excessivo de pimenta), além de apoiar a investigação de alergias cruzadas com outros alimentos do gênero Capsicum ou pólen de plantas.

Os resultados são expressos em kUA/L (quilounidades de alérgeno por litro). Valores inferiores a 0,10 kUA/L são considerados negativos. Valores entre 0,10 e 0,35 kUA/L indicam sensibilização mínima, enquanto resultados acima de 0,35 kUA/L sugerem sensibilização clinicamente relevante. A interpretação deve ser sempre correlacionada aos sintomas clínicos e ao histórico do paciente.

O exame pode ser solicitado por alergistas e imunologistas clínicos, principais responsáveis pelo diagnóstico e acompanhamento de alergias alimentares. Gastroenterologistas e pediatras também podem indicá-lo em casos de manifestações digestivas ou sistêmicas relacionadas à ingestão de alimentos suspeitos.