O leucograma é uma avaliação laboratorial que faz parte do hemograma completo e avalia os glóbulos brancos em dois aspectos: a contagem global de leucócitos e a contagem diferencial, que inclui neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos.

Além do aspecto quantitativo, a análise microscópica pode identificar alterações morfológicas nas células, que fornecem pistas adicionais sobre doenças hematológicas ou infecciosas.

O exame é utilizado para:

• identificar processos infecciosos bacterianos, virais, parasitários ou fúngicos.
  
• avaliar doenças hematológicas, como leucemias e linfomas.
  
• detectar alterações relacionadas a alergias, doenças autoimunes ou inflamatórias crônicas.
  
• monitorar a resposta ao tratamento em pacientes com neoplasias hematológicas ou em uso de drogas imunossupressoras.
  
• acompanhar o estado imunológico em pacientes críticos, imunodeprimidos ou em terapia oncológica.

O exame é realizado a partir da coleta de sangue venoso, geralmente em tubo com anticoagulante (EDTA). O material é processado em analisadores hematológicos automatizados, que fornecem os valores de contagem global e diferencial.

Quando são identificadas alterações suspeitas ou discrepâncias, a amostra é submetida à avaliação microscópica manual por um hematologista, permitindo a análise da morfologia celular.

O leucograma é indicado em diversas situações, como:

• avaliação de sinais e sintomas sugestivos de infecção (febre, mal-estar, dor localizada, secreções);
  
• acompanhamento de pacientes com doenças autoimunes ou inflamatórias crônicas;
  
• monitoramento de quimioterapia, radioterapia ou imunossupressão;
  
• rastreamento inicial em check-ups clínicos, integrado ao hemograma;
  
• investigação de alterações hematológicas, como anemias, leucemias ou linfoproliferações.

O leucograma pode auxiliar no diagnóstico e acompanhamento de:

• infecções bacterianas (caracterizadas por leucocitose e neutrofilia).
  
• infecções virais (associadas a linfocitose ou leucopenia).
  
• reações alérgicas e parasitoses (eosinofilia).
  
• doenças hematológicas malignas, como leucemias agudas e crônicas, linfomas e síndromes mielodisplásicas.
  
• doenças autoimunes e inflamatórias (lúpus, artrite reumatoide, colite ulcerativa).
  
• estados de imunossupressão e neutropenia grave.

Os valores de referência variam conforme idade, sexo e metodologia utilizada.

• Leucócitos totais: 4.000 a 11.000/mm³.
  
• Neutrófilos segmentados: 40% a 70%.
  
• Linfócitos: 20% a 45%.
  
• Monócitos: 2% a 10%.
  
• Eosinófilos: 1% a 6%.
  
• Basófilos: <1%.
  

Valores acima ou abaixo do intervalo fisiológico devem ser interpretados em conjunto com o quadro clínico e exames complementares.

O leucograma pode ser solicitado por clínicos gerais, hematologistas, infectologistas, reumatologistas, oncologistas e intensivistas, de acordo com a suspeita diagnóstica ou acompanhamento clínico do paciente.